Confinar 2017: Análise econômica aponta queda no preço dos grãos, com impacto nos custos da pecuária de MS

Foto: Rafael Gratão (MNP)

Se por um lado os agricultores estão preocupados com a queda no preço do milho e da soja no Brasil, por outro, há um cenário que se desenha e que pode diminuir os custos para o produtor rural, em especial, aqueles que se dedicam ao confinamento, que também andam preocupados com a desvalorização consecutiva dos preços dos animais.

Esta realidade do setor agropecuário será dos casos abordados durante o Confinar 2017 -– um dos principais eventos do setor, que reunirá produtores de todo Brasil nos dias 23 e 24 de maio, no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande.

A análise do mercado de grãos no Estado é do broker da Granos Corretora, Carlos Ronaldo D’Ávalos, que avalia o mercado em declínio ao longo deste ano, na agricultura. “Nós tivemos uma mudança drástica no comportamento dos preços dos grãos. A soja caiu e o milho também deve apresentar preços menores”.

De acordo com os dados disponibilizados pelo analista, a previsão é de uma safra americana de soja 118 milhões de toneladas, a brasileira está estimada em 109 milhões de toneladas. O número está relacionado diretamente à pecuária, uma vez que o farelo de soja compõe a ração bovina utilizada nos cochos dos confinamentos. “A soja reduziu de R$ 68 a R$ 70 a saca para a atual marca de R$ 58. O milho caiu de R$ 32 para R$ 19 a saca. O Governo deve adotar medidas de apoio de comercialização”.

Esta redução referente ao mercado agrícola pode ainda ser maior se persistirem os problemas de armazenamento no Estado. “Dada a boa produção de soja, de 8,2 milhões de toneladas e de milho na casa de 9 milhões de toneladas, devemos ter problemas de armazenamento, levando a uma redução nas cotações agrícolas”, acrescenta D’ Ávila.

O analista confirma que o atual cenário se contrapõe ao mercado de grãos nos últimos três anos. “Em 2016, estiagem e variação cambial elevaram os preços do milho safrinha. O mercado tinha uma boa liquidez, estava mais valorizado. Já neste ano o mercado conta com maior oferta de grãos, devido a superssafra de soja em Mato Grosso do Sul, por exemplo”.

Sobre a mesma commodity D´Ávila aponta para recordes produtivos e o impacto do avanço produtivo brasileiro em relação aos demais países. “Tivemos uma última safra americana recorde, assim como a safra brasileira e do Paraguai. Na Argentina, a queda no volume produzido foi pequena. Atualmente, para se ter uma ideia da força do Brasil no cenário mundial, nosso mercado pressiona as cotações americanas, no momento atual”.

Sobre o evento – O Confinar está em sua 6ª edição e se consolida como um dos principais do agronegócio brasileiro. Em 2016 registrou cerca de 1,5 mil pessoas, de vários estados e até de outros países. O evento é organizado pela Company Eventos e a empresa responsável pela comunicação do simpósio é Agro Agência Assessoria. Para mais informações, acesse: http://confinar.net/ e faça sua inscrição.

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