“O setor da saúde no Estado de Mato Grosso do Sul pede socorro”. A afirmativa é do presidente do SIEMS (Sindicato dos Trabalhadores em Enfermagem do Estado de Mato Grosso do Sul), Lázaro Santana, que denuncia a falta comprometimento do governador de Mato Grosso do Sul com as instituições de saúde públicas.
O sindicato percorre todo o Estado e acompanha a crítica situação dos hospitais municipais conveniados que há meses estão sem receber o repasse financeiro devido pelo Estado. Segundo o SIEMS, o resultado do descaso é a precarização na qualidade de atendimento, com falta de materiais, falta de estrutura e péssimas condições de trabalho.
Há três meses a Santa Casa de Corumbá não recebe o repasse do governo, em Aquidauana o Hospital Regional corre o risco de fechar as portas e em Batayorã o Hospital São Lucas teve condições de manter as atividades sem os repasses e encerrou as atividades no mês de março deste ano.
“Estamos vivendo momentos de caos na saúde e lamentavelmente notamos que tudo isso é intencional, parece que o governo quer provocar o caos na saúde custe o que custar – mesmo que para isso a sociedade seja a maior prejudicada – tudo isso com o objetivo de implantar empresas terceirizadas para administrar as instituições”, critica Lázaro Santantana.
Paralisação em Ponta Porã (05 de maio)
A terceirização da saúde em Mato Grosso do Sul já aponta inúmeras irregularidades quanto às questões de direitos trabalhistas. Em Ponta Porã, a Intelad – terceirizada que administra o setor do CTI (Centro de Terapia Intensiva) do Hospital Regional Dr. José de Simone Netto – está em atraso com a folha de pagamento da categoria da enfermagem referente ao mês de março, o sindicato já fez várias notificações, buscou diálogo mas nenhuma resposta foi dada. Por isso, a categoria aprovou paralisação a partir das 8h, nesta sexta-feira (05/05).
Trabalhadores sem FGTS em Campo Grande
Em Campo Grande, o problema com a terceirizada Intelad Gestão de Saúde é ainda mais grave. A empresa teve o contrato suspenso com o Hospital do Câncer Alfredo Abrão, demitiu trabalhadores em fevereiro e até o momento não efetuou o pagamento das verbas rescisórias. De acordo com o Siems, nem mesmo o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) destes trabalhadores foram depositados.
“Em outras cidades já é comprovado que a terceirização da saúde não é benéfica para a sociedade nem para os trabalhadores, aqui em Mato Grosso do Sul descumprem a Convenção Coletiva e atrasam os salários e até mesmo os direitos básicos dos trabalhadores tem sofrido prejuízos. Mas, apesar disso, tudo indicia que é esta a escolha do governador do Estado, resta-nos saber por que o interesse neste modelo. Se os repasses previstos em convênios fossem efetuados dentro dos prazos, a saúde de Mato Grosso do Sul poderia estar mais equilibrada e a população teria melhores condições para cuidar de um dos seus mais preciosos bens, a saúde!”, enfatiza Lázaro Santana.