Considerada uma das técnicas mais antigas do mundo, o artesanato está presente na vida de grande parte da população brasileira. Utilizando matérias-primas e formatos diferentes conforme a região, garante renda para muitas famílias, além de ser utilizado como terapia para muitas pessoas. Para atender demanda dos sindicatos rurais, o Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural elaborou três opções de capacitação na vertente de PS – Promoção Social, que são os cursos de Artesanato em Bordado Livre, em Vagonite e em Ponto Cruz. Desde o início da semana, instrutoras e a pedagoga da Unidade Educacional estão em fase de conclusão da formatação dos três cursos e da confecção das peças do mostruário que será utilizado como referência para os alunos.
Um dos produtos mais apreciados desta técnica é o bordado, que consiste numa forma de criar manualmente ou com auxílio de máquinas, desenhos e figuras ornamentais em tecidos, fibras e mais recentemente em materiais sintéticos. Uma das instrutoras é Maria Ester Bazana que contabiliza mais de 30 anos na atividade e garante que é possível trabalhar com artesanato e lucrar com a produção e venda das peças. “Minha história começou ao folhear uma revista de moda que mostrava alternativas de trabalho para mulheres com filhos pequenos e que não podiam assumir compromisso de emprego fora de casa. Investi num curso de pintura e de lá para cá não parei mais”, conta.
Ester revela que já trabalhou com várias técnicas diferentes que renderam um emprego como assistente de um designer renomado e viagens internacionais. “Trabalhei com o Renato Imbroisi e tive oportunidade de aprender as mais variadas técnicas. Nosso trabalho foi reconhecido de tal forma que fomos convidados a expor na Itália”, acrescenta a artesã que atualmente ministra capacitação em Confecção Artesanal da Lã Ovina no Senar/MS.
Na avaliação da coordenadora dos cursos na área de artesanato, Jussara Pedroso, a capacitação em bordado atenderá um grande número de pessoas que desejam auxiliar na renda familiar e não podem se ausentar do ambiente doméstico. “Desde o ano passado, quando recebemos demanda para criação do curso de Artesanato Indígena, recebemos pedidos no interior do Estado solicitando mais opções. Atualmente oferecemos técnicas como Taboa, Fibra de Bananeira e Palha de Milho e as opções de bordado com certeza atrairão um público expressivo”, analisa.
Lourdes Amaral Rocco reside em Itaquiraí (MS) e trabalha há 15 anos com artesanato. Professora no curso de ‘Artesanato em Fibra de Bananeira’ promovido na região, participou da criação de uma associação voltada ao artesanato com fibra. “Minha profissão é de costureira e por muitos anos contribuí para o sustento da minha família. Quando mudei para o interior perdi muitas clientes, então resolvi investir em artesanato, do qual sobrevivo até hoje, produzindo e dando aulas”, revela.
A artesã acredita que o artesanato é uma alternativa para fortalecer a renda familiar e a economia das famílias que residem na área rural. “Estou me preparando para ministrar o curso de bordado em vagonite e já recebi vários contatos de pessoas interessadas na capacitação”, acrescenta.
Serviço – Os sindicatos que querem agendar os novos cursos, com média de 40 horas/aula, podem entrar em contato com o Senar/MS, no telefone: 3320-6900 ou pelo site www.senarms.org.br