Rota de Escoamento de MS não é a mais cara do País

Arrison Szesz, analista de planejamento da CCR MSVia – Foto: Divulgação

Em um estudo publicado recentemente, a rota de escoamento para exportação de grãos pelo Estado do Mato Grosso do Sul apareceu como a mais cara do Brasil. O trajeto teria como ponto de origem a cidade de Campo Grande (MS) e o destino final o porto Paranaguá (PR), via modal rodoviário. O custo seria de R$ 469,31 por tonelada em um trajeto de 2.229 quilômetros.

No mesmo estudo, foi apresentada uma rota com a mesma origem, destino e modal de transporte, porém, com a distância de 1.234 quilômetros e custo de R$ 237,34 por tonelada.

Como podem duas rotas com a mesma origem, destino e modal terem diferença de 81% na distância?

São chamadas de “rotas de escoamento” as opções que viabilizam o transporte e possuem custos atrativos. Notem que, com uma distância de 2.229 quilômetros, seria necessário o veículo sair de Campo Grande, ir até Belo Horizonte (MG) e de lá então seguir em direção ao Porto de Paranaguá.

Ao consultar o estudo publicado pelos órgãos federais, foi constatado que existia uma inconsistência em uma das rotas de origem de Campo Grande com destino ao Porto de Paranaguá e a distância realmente estava com divergência, o que fez com que o custo saltasse para R$ 469,31.

Em contato com os responsáveis que participaram da elaboração dos estudos, foi constatado que realmente houve um equívoco na distância de uma das rotas.

A rota com origem de Campo Grande e destino ao Porto de Paranaguá com 1.234 km por meio do modal rodoviário é o trajeto via Mundo Novo (MS) e a outra rota com a mesma origem, destino e modal, é via Campo Mourão (PR) e que possui a distância de 1.179 km. Os responsáveis pelo material publicado informaram que o custo do segmento será recalculado para a rota mais curta e os ajustes estarão disponíveis na versão 1.1 do relatório.

Com a sua produção de grãos recorde de 18 milhões/t em 2017 e exportações próximas de 40% da produção dos últimos anos, o Estado do Mato Grosso do Sul tem uma rota de escoamento viável, quando comparada com outros Estados.

O Mato Grosso do Sul exportou em 2016 pouco mais de 3,3 milhões de toneladas (65% do volume total exportado) de grãos somente pelos portos da região sul, sendo eles Paranaguá (PR), São Francisco do Sul (Porto localizado no estado de Santa Catarina), Imbituba (SC) e Rio Grande (RS).

O maior volume exportado utiliza a rota de Campo Grande ao Porto de Paranaguá, a qual não é o percurso mais caro do país, se tornando uma rota até mais viável do que as do Estado do Mato Grosso, por exemplo.

Esta situação está atrelada ao fato de que o principal corredor de exportações do estado, a BR-163/MS, concedida à administração da iniciativa privada desde 2014 (CCR MSVia), apresenta ótimas condições de pavimento e operação, contribuindo para gerar uma redução nos custos de manutenção do veículo, consumo de combustível e tempo de viagem (segundo a Fundação Dom Cabral o consumo de combustível cresce até 60% se o pavimento não permite o desenvolvimento de um bom ritmo de viagem). Isso sem contar os custos de manutenção, que chegam a aumentar até 35% no caso dos caminhões, devido aos buracos na pista, tornando as exportações de MS ainda mais competitivas.

*Arrison Szesz é formado em Direito e é analista de planejamento da CCR MSVia. Trabalha há 8 anos em rodovias concedidas em Estados que têm grande influência na produção e movimentação de grãos.

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