FGV DAPP apresenta dados do debate sobre violência no Rio de Janeiro nas redes sociais

Estudo da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV DAPP) aponta que o total de menções à violência nas redes sociais no Brasil (excluídas referências à violência ocorrida nos lares, em eventos esportivos, no exterior e relacionada a estupro) atingiu 195.700 posts no período de 1º de julho a 4 de agosto. O predomínio de referências ao tema está associado à cidade do Rio de Janeiro, ainda que com engajamentos de outros estados.

A análise aponta que foram 36.900 posts na primeira semana de julho; 41.800, na segunda; 30.900, na terceira; e 37.800 na quarta semana do mês. Os primeiros quatro dias de agosto contabilizaram 48.300 menções. Do total, 62,6 mil (32%) são do estado do Rio de Janeiro e 37 mil (19%) da capital fluminense.

A FGV DAPP constatou ainda que o aumento de menções à violência, detectado em agosto, decorre de dois fatores: a repercussão, pela imprensa de alcance nacional, dos crimes no Rio, e a percepção social de que a cidade do Rio simboliza o problema nacional de segurança do país. No total, 11% (20.100) das menções de violência no Brasil destacam especificamente a chegada das Forças Armadas no estado e o impacto negativo de tragédias como a morte do bebê Arthur, baleado ainda na barriga da mãe.

“No entanto, a pauta de violência não está aumentando de forma drástica, sob o ponto de vista quantitativo. Desde o começo de julho, apenas entre o fim do mês e o começo de agosto houve aumento no debate no Brasil”, diz a pesquisadora da FGV DAPP, Maria Isabel Couto.

O levantamento aponta um aumento do debate nacional de 28% da última semana de julho para a primeira de agosto. No estado do Rio de Janeiro, a alta no debate foi de 66% no mesmo período. Analisando em números absolutos, houve 12 mil menções geolocalizadas à violência no estado do Rio na última semana de julho, e 20 mil na primeira semana de agosto.

“Em dissonância com outros temas de políticas públicas, verifica-se muito baixa referência a atores políticos ou a órgãos de governo: o governador Luiz Fernando Pezão, por exemplo, é citado em menos de 200 das quase 200 mil postagens sobre violência no Brasil”, ressalta Maria Isabel Couto.

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