Campo Grande (MS) – Foi aberta na noite desta segunda-feira (07.08) a Mostra de Cinema Argentino, no Museu da Imagem e do Som (MIS). Cinéfilos, amantes da sétima arte produzida pelo país platino e estudantes do idioma espanhol estiveram presentes para conferir o filme de abertura, “XXY”, produção de 2007, da diretora Lucia Puenzo.
O curador da mostra, o cinéfilo e produtor cultural Pietro Luigi, esteve presente e disse que o critério que usa para a seleção dos filmes é sempre contemplar filmes clássicos e também os contemporâneos. “O cinema argentino é um cinema mais recente, é difícil achar o clássico. Este ano vamos exibir ‘Camila’, de 1984, e ‘Homem olhando o Sudoeste’, de 1986, que são os mais antigos. Eu tento fugir um pouco de coisas super conhecidas, fugir do óbvio. E escolho gêneros diversos, como drama, comédia, uma coisa mais politizada. É difícil achar material acessível no Brasil”.
Os filmes argentinos, conforme diz Pietro, têm uma conotação política muito forte e um certo humor. “Essa mesclagem deles é que é o legal. Esta Mostra é uma oportunidade de apreciar o que há de melhor no cinema argentino contemporâneo, de forma gratuita e num espaço com possibilidade de troca de ideias”.
Presente na abertura, o produtor audiovisual formado pela Escola Livre de Cinema de São Paulo, Gabriel Lima, disse que tem preferência pelas mostras de cinema brasileiro e latino. “Eu sou um pequeno conhecedor do cinema argentino. Ele é debruçado numa estética parecendo com o cinema brasileiro, os dois têm muito em comum. A diferença é que as grandes produções de bilheteria argentina são de qualidade, e no Brasil as produções de qualidade têm pouca bilheteria, não conseguem atingir um público como o cinema argentino faz”.
Os companheiros Aldo Oliveira, servidor público, e Leandro dos Santos, contador, vieram direto do trabalho para prestigiar a mostra. “Já viemos em várias mostras do MIS. Sou cinéfilo e adoro cinema”, diz Leandro. “Eu acho o cinema argentino muito tocante, bastante emocionante, é uma coisa forte. O primeiro filme argentino que eu vi foi há dois anos, me tocou muito. Jamais vai passar no Cinépolis ou no Cinemark um filme desses. Acho fantástica essa diversidade, eu frequento o MIS desde que era na Afonso Pena, na frente da praça. Eu só vou a mostras mesmo. Para eu ir ao cinema tem que ter uma coisa muito especial”, diz Aldo.
Uma turma animada de estudantes de espanhol da Escola de Governo do município veio acompanhada pela professora Gláucia Beretta. “Eu já acompanho há algum tempo as mostras do MIS. Antes eu vinha como aluna de espanhol da UEMS e hoje trago meus alunos. Acredito ser de fundamental importância essa mostra, não dá para imaginar a língua sem conhecer a cultura. Aqui já vi cinema paraguaio, boliviano, que não tem no cinema comercial.
Os filmes servem para qualquer nível, o básico, intermediário, como tem legenda eles conseguem acompanhar tudo. Eu tento vir a semana inteira, pois a seleção é sempre muito boa, os filmes não repetem, e é difícil de encontrar na internet. Então, essa é a oportunidade. Eles fazem um trabalho muito bom”. Gláucia veio com as alunas Marilene Sá, Olga da Rosa, Jordânia Gutierrez, Marinete Batista, Rosangela Guzzo e Regina Guimarães, que estavam conversando em espanhol, todas muito animadas para a exibição.
Se você se interessa por cinema e também gostaria de assistir a bons filmes, venha para o MIS. Confira a programação no site www.fundacaodecultura.ms.gov.br. A Mostra acontece até sexta-feira, dia 11, sempre às 19 horas. A entrada, como sempre, é franca.