Câncer de Boca deve ser o 6º de maior incidência em MS em 2017, aponta INCA

Foto: Divulgação

O INCA (Instituto Nacional do Câncer) apresentou dados atualizados sobre mortalidade em Mato Grosso do Sul em decorrência do Câncer de Boca e estimativas para até o fim do ano em todo o estado. Os dados foram apresentados durante a abertura da Semana de Prevenção ao Câncer de Boca realizada nesta terça-feira, 31, no CRO-MS (Conselho Regional de Odontologia de MS), em parceria com o Governo do Estado de MS por meio da Secretaria de Estado de Saúde.

Conforme os dados atualizados, a estimativa para 2017 é de que o Câncer de Boca seja o 6º de maior incidência em Mato Grosso do Sul entre os homens, com uma taxa de 10,82 homens acometidos para cada 100 mil habitantes. Já entra as mulheres, a patologia seria a 13ª de maior incidência, com uma taxa de 3,14.

Ainda segundo o levantamento, o Câncer de Boca foi um dos maiores responsáveis por óbitos registrados no Brasil em 2014 em decorrência do Câncer. Embora Mato Grosso do Sul seja pioneiro no trabalho de prevenção ao Câncer Bucal, sendo o primeiro Estado a realizar a Semana de Prevenção e até mesmo um dos responsáveis pela Lei Federal que instituiu a Semana Nacional voltada ao combate a essa patologia, os dados ainda são alarmantes.

Em Mato Grosso do Sul, segundo o levantamento, a taxa bruta de mortalidade por Câncer de Lábio e Cavidade Oral por 100 mil em 2014 foi de 5,14 a 7,15 entre os homens, com um dos maiores índices, ao lado dos estados da região Sul e São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Já entra as mulheres a taxa foi de 1,30 a 1,51. Ainda sobre a mortalidade, os dados revelam que o Câncer de Boca atinge mais os homens. Do total de óbitos, 80% eram homens e 20% mulheres.

Os dados do INCA sobre mortalidade em 2014 ainda foram separados por regiões em Mato Grosso do Sul, sendo que as maiores taxas entre os homens foram apresentadas nos municípios que compreendem as áreas de Aquidauana (8,60), Três Lagoas (8,38) e Campo Grande (6,37). Já entra as mulheres: Coxim (4,84), Aquidauana (3,55) e Nova Andradina (3,76).

“Esses dados servem para que os municípios se organizem a fim de combater e realizar o diagnóstico precoce do Câncer de Boca. É preciso ficar atento a essas taxas e fazer o acompanhamento das populações de risco”, conta a cirurgiã-dentista que atua no INCA (Instituto Nacional de Câncer – INCA / MS), Dra. Adriana Tavares de Moraes Atty, que é tecnologista da divisão de detecção precoce e apoio a organização de Redes.

Cerca de 80 pessoas, entre coordenadores de saúde bucal e secretários de saúde de vários municípios do Estado, participaram do evento. Logo após foi ministrada uma palestra pela Estomatologista e Mestre Doutora em Patologia Bucal, Dra. Márcia Rodrigues Gorisch, que abordou sobre sintomas, diagnóstico e tratamento da patologia.

” Os dados mostram, infelizmente, que quase metade das pessoas com Câncer de Boca estão indo a óbito. A população deve ter um maior cuidado com a boca. A saúde começa pela boca. Lesões que não cicatrizam, próteses mal-ajustadas e algumas anomalias em toda a parte bucal, seja na gengiva, língua ou na parede na boca, pode ser sintomas de câncer. O importante é realizar o diagnóstico precoce”, afirma a especialista, Márcia Gorisch.

Já no dia 9 de novembro, o CRO-MS realizará ações de prevenção e diagnóstico do Câncer de Boca na Praça Ary Coelho, das 8h às 12h, na Capital.

No local será instalado um posto de atendimento, em que a população passará por uma triagem com o objetivo de diagnosticar lesões cancerígenas.  Uma unidade móvel da Prefeitura de Campo Grande também estará no local para atender a população. Os casos diagnosticados como lesões pré-cancerígenas serão encaminhados para as unidades especializadas. Todo o atendimento será gratuito.

Sobre as leis

A segunda semana do mês de novembro é instituída por Leis Federal, Municipal e Estadual como a “Semana de prevenção ao Câncer de Boca”.

Lei Federal N. 13.230 de 28 de dezembro de 2015. A lei municipal de prevenção ao câncer bucal é de 2009, de autoria do vereador Paulo Siufi. A lei estadual é de 2011 e de autoria da deputada estadual Dione Hashioka.

Câncer de Boca 

O câncer bucal ocorre mais frequentemente em homens, principalmente com mais de 40 anos de idade. O câncer de boca atinge os lábios e a cavidade bucal, nas regiões da bochecha, gengiva, céu da boca, língua e assoalho da boca. Já o câncer de lábio tem como principal fator de risco a exposição solar.

Fatores de Risco

Os fatores que podem levar ao câncer de boca são idade superior a 40 anos, vício de fumar cachimbos e cigarros, consumo de álcool, má higiene bucal e uso de próteses dentárias mal-ajustadas.

Principais Sintomas

Aparecimento de feridas na boca, não dolorosas e que não cicatrizam em uma semana. Outros sintomas são ulcerações superficiais, com menos de 2 cm de diâmetro, indolores (podendo sangrar ou não) e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal. Dificuldade para falar, mastigar e engolir, além de emagrecimento acentuado, dor e presença de linfadenomegalia cervical (caroço no pescoço) são sinais de câncer de boca em estágio avançado.

Prevenção

Prevenção do câncer na boca: é possível através de hábitos saudáveis que incluem:

– Evitar o consumo excessivo de álcool;

– Evitar fazer uso excessivo de cachimbos e cigarros;

– Evitar exposição ao sol sem proteção;

– Evitar o uso de próteses desajustadas à sua boca;

– Ter uma boa higiene bucal, escovando os dentes quatro vezes ao dia, de preferência após todas as refeições;

– Ter um acompanhamento odontológico frequente;

– Manutenção de uma dieta saudável, rica em frutas e legumes;

– Realizar um autoexame da boca, procurando qualquer tipo de alteração como: feridas, inchaços ou manchas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Topo