Nassau (BAH) – Robert Scheidt e Henry Boening, o Maguila, viveram uma final de campeonato repleta de emoções em Nassau, nas Bahamas. Exatamente como propõe o regulamento da Star Sailors League Finals, com regatas eliminatórias no dia decisivo. Após 45 minutos de prova, a dupla brasileira cruzou a linha de chegada apenas um segundo depois dos campeões Goodison (GBR) e Kleen (GER).
“Queríamos muito a medalha de ouro, mas uma surfada na última onda, em cima da linha, fez com que eles chegassem um instante à frente. Faltou muito pouco, mas o importante é que lutamos até o fim. Estávamos em quarto e ultrapassamos dois barcos, o que não é fácil. O Henry está de parabéns, fez um ótimo trabalho na proa”, analisou o bicampeão olímpico Scheidt.
O entrosamento entre Scheidt e Maguila ficou nítido nos momentos mais delicados vivenciados pela dupla na Baía de Montagu, principalmente neste sábado (9). “Mantivemos a calma quando foi necessário e ainda conquistamos nossa primeira vitória no campeonato (semifinal). O vento estava muito rondado e fomos felizes em acertar a tática nas pernas de popa. O objetivo era o pódio. Bronze em 2016, prata neste ano e quem sabe o ouro em 2018”, projetou Maguila.
A primeira regata do dia, pelas quartas de final, foi a última do campeonato para as duas duplas italianas, Negri/Lambertenghi e Bruni/Colaninno, e também para os ingleses Saxton e Mitchell. O outro britânico, Goodison, venceu ao lado do alemão Kleef, aproveitando rajadas de sul a sueste entre 12 e 17 nós (30 km/h).
Primeira vitória na hora exata – Como vice-líderes, Scheidt e Maguila entraram diretamente na semifinal, com pontuação zerada, juntando-se aos cinco barcos sobreviventes das quartas. A dupla brasileira largou bem e assumiu a liderança, com apenas 10 metros de vantagem sobre os franceses Rohart e Ponsot no final do primeiro contravento. O duelo se manteve ao longo da regata, com alternância de posições na terceira perna. Os brasileiros chegaram à frente por 14 segundos.
Goodison e Kleef garantiram a terceira vaga por diferença de apenas dois segundos sobre os alemães Buhl e Koy. Também foram eliminados os poloneses Kusznierewicz e Zycki, e os norte-americanos Cayard e Trinter. Chegara o momento de os vencedores da fase de classificação e bicampeões da SSL Finals em 2014/16 juntarem-se aos outros três barcos da semifinal. Na condição de líderes, Mendelbatt e Fatih foram diretamente para a regata decisiva.
Na raia da Baia de Montagu, disputa dramática estava reservada para Brasil, Estados Unidos, França e Inglaterra em busca do ouro, prata e bronze. Na primeira perna os quatro barcos velejaram separados por apenas 20 metros. Scheidt e Maguila montaram a primeira boia em quarto lugar. No vento em popa, ultrapassaram franceses e americanos, partiram para cima de Goodison e Kleen e provavelmente teriam vencido se o percurso tivesse apenas mais alguns metros.
Sobre a Star Sailors League – Por iniciativa dos melhores velejadores do mundo, um circuito internacional de regatas foi lançado em janeiro de 2013, após o último ano da Star como classe olímpica, nos Jogos de Londres. Com o nome de Star Sailors League (SSL), adotou-se os rankings de timoneiros e proeiros, incluindo-se todas as regatas da classe Star, cerca de 200 por ano, com classificação mundial unificada, a exemplo do ATP World Tour criado pelos próprios jogadores em 1972.
Como no tênis, a SSL distribui prêmios em dinheiro para seus atletas e planeja organizar quatro Grand Slams e uma final mundial entre os anos 2020 e 2022. A premiação total para a SSL Finals nas Bahamas é de 200 mil dólares. A competição é realizada anualmente desde 2013 na primeira semana de dezembro com organização do Nassau Yacht Club. Em 2015 a Suíça recebeu o SSL Lake Grand Slam e no ano seguinte foi realizado o SSL City Grand Slam em Hamburgo, Alemanha. Cada um dos eventos reuniu 80 barcos da classe Star.
Regata Final (14ª do campeonato)
1 – Goodison (GBR) / Kleen (GER)
2 – Scheidt / Maguila (BRA)
3 – Mendelblatt / Fatih (EUA)
4 – Rohart / Ponsot (FRA)