Dirigentes da FIFA e da CBF são presos pela polícia em Zurique, na Suíça

José Maria Marin, ex-presidente da CBF, preso na manhã desta quarta-feira (27/05) em Zurique, na Suíça. – Foto: Divulgação

José Maria Marin, ex-presidente da CBF, preso na manhã desta quarta-feira (27/05) em Zurique, na Suíça. – Foto: Divulgação

A polícia suíça prendeu na manhã desta quarta-feira (27/05), em um luxuoso hotel de Zurique, na Suíça, a pedido da Justiça dos Estados Unidos (EUA), sete dirigentes da Federação Internacional de Futebol (FIFA), entre elas José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Todos estão sendo acusados de corrupção e outros crimes.

De acordo com as informações das principais agências internacionais de notícias, os dirigentes da Fifa e da CBF foram detidos no luxuoso Hotel Baur au Lac, durante em encontro oficial. Todos podem ser extraditados a qualquer momento para os EUA, aonde responderão a processos por corrupção, lavagem de dinheiro e manipulação de resultados de partidas de futebol e de Copas do Mundo.

O Departamento Federal de Justiça da Suíça informou que entre as acusações contra os suspeitos há o envolvimento deles para a escolha das sedes da Copas do Mundo de 2018 e 2022.

Delegados de quase todas as federações de futebol de países membros estão em Zurique para participarem de um Congresso da Fifa previsto para acontecer na próxima sexta-feira (29/05), no qual o atual presidente da entidade, Joseph Blatter, iria buscar apoio para permanecer no cargo, ou seja, seu quinto mandato consecutivo.

O porta-voz da Fifa, Walter de Gregório, disse em entrevista coletiva que Joseph Blatter não está entre os acusados, e que ele não foi detido pela Polícia Suíça.

“Ele [Joseph Blatter] não está envolvido de modo algum”, afirmou rispidamente Walter de Gregório quando questionado por um dos repórteres.

Sede do Hotel Baur au Lac, em Zurique, na suíça, onde ocorreram as prisões dos dirigentes da Fifa na manhã desta quarta-feira (27/05). – Foto: Reuters

Sede do Hotel Baur au Lac, em Zurique, na suíça, onde ocorreram as prisões dos dirigentes da Fifa na manhã desta quarta-feira (27/05). – Foto: Reuters

Jornais suíços publicaram reportagens sobre o assunto, e nelas afirmaram que as acusações contra os dirigentes da Fifa se baseiam nas investigações realizadas pelo FBI, a Polícia Federal dos EUA, as quais começaram em 2011, e que mostram corrupção generalizada na entidade durante as últimas duas décadas, as quais mostram uma intensa disputa, com o pagamento de propina, pelo direito de sedias as Copas do Mundo da Rússia (2018) e do Catar (2022), além de contratos de marketing e de televisionamento das competições.

O príncipe jordaniano Ali Bin Al Hussein, rival de Blatter na disputa na eleição para dirigente da Fifa, disse a emissora de TV inglesa BBC, que o dia de hoje [quarta-feira: 27 de maio de 2015] é um dia triste para a história do futebol, por mostrar que dirigentes estão envolvidos em irregularidades.

“Hoje é um dia triste para o futebol. É uma história em andamento, cujos detalhes ainda estão aparecendo”, afirmou Ali Bin Al Hussein.

Além do ex-presidente da CBF José Maria Marin (Brasil), também foram presos os dirigentes Jeffrey Webb (Ilhas Cayman), Eugênio Figueiredo (Uruguai), Júlio Rocha (Nicarágua), Costas Takkas (Ilhas Cayman), Rafael Esquivel (Venezuela) e Eduardo Li (Costa Rica).

Nos Estados Unidos, a Lei concede ao Departamento de Justiça a autoridade legal para abrir processos contra estrangeiros que vivem no exterior. Os promotores norte-americanos têm usado esse expediente para atuar casos envolvendo o terrorismo internacional.

Ainda na manhã de hoje a Justiça da Suíça distribuiu um comunicado oficial à imprensa, informando que seis acusados aguardam o término dos trâmites burocráticos para serem extraditados aos EUA.

Já o Departamento de Justiça dos EUA informou que as investigações ainda não foram totalmente concluídas, mas que os indícios de irregularidades no Futebol Mundial são verídicos, e que esses incluem até o contrato firmado entre a CBF e uma grande marca americana, supostamente a Nike.

Ainda segundo o Departamento de Justiça dos EUA, apesar do nome de Joseph Blatter não constar na lista de suspeitos presos, ele também está sendo investigado pelo FBI, que pode solicitar sua prisão a qualquer momento.

O objetivo de Joseph Blatter hoje era o deixar encaminhado com os demais dirigentes, até a próxima sexta-feira (29/05), o seu nome para o quinto mandato à frente da Fifa, o que não ocorreu.

Com informações das Agências Reuters e France Presse

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