São Paulo (SP) – O processo de manufatura 3D difere do método mais comum, o de moldagem por injeção, que consiste basicamente em aplicar uma resina de plástico fundido em um molde metálico e aplicar alta pressão. Em vez disso, o novo método de cria objetos e partes deles a partir de uma máquina que “imprime” resina plástica ou outros materiais indicados por um design digital. As máquinas variam conforme o método de aplicação utilizado, mas a característica em comum entre elas é que fabricam o objeto em camadas, conforme o plástico fundido ou outro material é aplicado sucessivamente por cima da camada anterior.
Impressoras 3D apresentam questões de segurança elétricas e físicas comuns às de outras máquinas com tamanho semelhante. O que ainda não é conhecido é que tipos e quantidades de substâncias químicas e pequenas partículas são liberadas no ar quando essas máquinas operam e, consequentemente, o efeito desses produtos feitos a partir desse processo de impressão à saúde humana. O maior uso dessas máquinas, particularmente em casas e escolas, onde crianças estão mais expostas a riscos, faz com que responder a essas questões seja imperativo.
Para ajudar a decifrar essa questão, a UL está conduzindo uma pesquisa para caracterizar as emissões químicas de partículas associadas a vários tipos de tecnologia de impressão 3D. Emissões também serão estudadas com bioensaios para avaliar potencial toxicidade a humanos, e dados completos serão usados para analisar riscos de saúde crônicos ou agudos.
A pesquisa é uma parceria da UL com cientistas especializados em química atmosférica e especialistas em saúde pública do Instituto de Tecnologia da Georgia e a Escola de Saúde Pública Emory. Um comitê de aconselhamento técnico internacional também está revisando planos de teste e outros dados e contribuindo para o desenvolvimento técnico de metodologias de teste. O Instituto Nacional de Segurança Ocupacional e Saúde, que está representado no comitê, tem interesse particular no lançamento de “asthmagens”, substâncias que podem causar ou exacerbar a asma. Essa pesquisa vai levar ao desenvolvimento de medição acurada, métodos de teste e modelos de exposição para avaliar as emissões de várias impressoras.
Assim que terminado, a UL planeja publicar o estudo sobre impressões 3D em respeitadas publicações científicas e apresentar as descobertas numa conferência de tecnologia. Com a pesquisa, a UL quer ilustrar a importância de um entendimento sobre segurança mais amplo, que mescle o tradicional foco em segurança elétrica, mecânica e anti-incêndio com o conhecimento sobre emissões químicas de partículas, tão nocivas quanto para a saúde humana.
E o Brasil?
O assunto ainda é relativamente novo por aqui, mas diversas empresas já disponibilizam serviços de impressão 3D. À medida que a tecnologia seja disponibilizada para mais empresas, os custos relacionados também devem cair. Com isso, o Brasil está no radar da UL. “A UL já está trabalhando para trazer ao país os serviços desenvolvidos nos Estados Unidos para a indústria de impressão 3D. Estamos à frente desta conversa lá e traremos os aprendizados para cá”, explica Marcelo Fontoura, gerente de vendas da área de Performance Materials da UL do Brasil.
Sobre a UL
UL (Underwriters Laboratories) promove condições de vida e de trabalho seguras para as pessoas em todo o mundo por meio da aplicação da ciência para resolver os desafios de segurança e sustentabilidade. A Marca UL gera confiança, permitindo a adoção segura de novos produtos e tecnologias inovadoras.
Multinacional norte-americana, presente em mais 143 países, a UL está no Brasil desde 2000 quando iniciou as operações, com seis funcionários. Em 2013, a adquiriu o laboratório Testtech, de Porto Alegre, que atualmente conta com 50 funcionários e novas instalações em 2017. Atuando em diversas áreas no Brasil, a empresa ensaia, inspeciona, audita, certifica de acordo com as normas do INMETRO e ANATEL valida, verifica, assessora, treina e apoia outras empresas com soluções de software para segurança e sustentabilidade.
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