O Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural realizou, nessa sexta-feira (19), a etapa Maracaju do Encontro de Jovens da Agropecuária. O evento, que compõe a programação do Showtec 2018, contou com a participação de mais de 260 pessoas.
A iniciativa teve como abordagem principal a sucessão familiar. “A ONU – Organização das Nações Unidas divulgou um estudo destacando que a classe agropecuária está chegando a um patamar delicado em termos de gestão, no qual a faixa etária de atuação é de 60 anos nas propriedades”, afirmou o presidente do Sistema Famasul, Mauricio Saito, destacando: “O mais agravante é que isso ocorre sem o adequado processo sucessório”.
Segundo Saito, o andamento mais assertivo para que o setor produtivo resolva tal desafio está no acesso à informação e à educação. “Sem compartilhar conhecimento não há evolução”, acrescentou.
Para a presidente do Comitê Famasul Jovem, Roberta Maia, o evento oportuniza a troca de experiência entre gerações. “O Encontro é realizado por jovens que acreditam numa causa e num propósito. Queremos disseminar essa iniciativa pelo Estado”.
O secretário de Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, abordou como a linha sucessória nas empresas rurais é fundamental. “Nesses últimos 30/40 anos, o Brasil se potencializou graças ao agro. É um trabalho que vem de várias gerações e o legado de tudo isso está na mão de vocês [jovens]”.
O senador Waldemir Moka, que prestigiou o evento, enfatizou o papel da juventude para o desenvolvimento do Agro. “O nosso setor precisa de defesa, mas defesa com argumento, com conhecimento. Jovens, não abram mão disso (…) A vocação do Brasil é produzir alimentos”.
A primeira palestra do Encontro foi ministrada pela administradora de empresas, Beatriz Brito, com o tema ‘Herdeiro, sucessor e líder – Sucessão, um desafio possível’.
“Aproximadamente 85% das empresas no mundo são familiares, das pequenas e médias às enormes. Entretanto, apenas 13% desses empreendimentos chegam até a terceira geração”, destacou Beatriz citando ainda que entre os principais fatores deste cenário estão a falta de interesses em comum dos envolvidos e a pouca harmonia familiar.
Beatriz salientou ainda: “Apenas 19% das empresas brasileiras familiares tem um plano de sucessão estruturado, que deve ser conversado, pensado, detalhado, registrado, implementado, acompanhado e revisado”.
Em seguida, teve a apresentação do case de sucesso com o produtor rural e engenheiro agrônomo, Ricardo Goulart, da Fazenda Santa Clara da Lagoa, localizada em Terenos. Ele relatou a sua trajetória frente à propriedade. “Em 2010, começamos o trabalho de intensificação de pastagem e em 2011 passei a trabalhar mais próximo do meu pai”.
Entre as técnicas e ferramentas inseridas no modelo de gestão implementado por Goulart, foram destaque a reforma de pastagem e a suplementação a pasto.
Participaram do evento o diretor tesoureiro do Sistema Famasul, Luis Alberto Moraes Novaes e 2ª diretora tesoureira da Federação, Thaís Carbonaro Faleiros Zenatti; o presidente do MNP – Movimento Nacional de Produtores, Rafael Gratão; o presidente do Sindicato Rural de Maracaju, Christiano Binz; o presidente da Fundação MS, Luciano Muzzi Mendes; o prefeito de Maracaju, Maurilio Azambuja; o presidente da Biosul, Roberto Hollanda; o diretor executivo da Fundação MS, Alex Melotto; e o ex-presidente da Famasul, Leôncio Brito.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Sistema Famasul