A atividade leiteira passa por um momento de dificuldade em nosso país. Enquanto os preços de venda estão em queda, o custo de produção está elevado. Para reverter este cenário, o planejamento é um aliado para que o empresário rural fortaleça seus negócios.
Em Mato Grosso do Sul, produtores vêm buscando novas técnicas de suplementação que ajudam a diminuir os gastos com a atividade e, ainda, aumentam a produtividade, por meio da ATeG – Assistência Técnica e Gerencial, do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.
“A seca é um dos principais gargalos da cadeia leiteira e o manejo produtivo não pode ser engessado. Os técnicos estudam alternativas que facilitem a produção, nesse período crítico, e que não necessite de muito investimento. A atividade leiteira exige muita energia do animal, por isso, a suplementação é muito importante para garantir o volume e qualidade na produção de leite”, explica a coordenadora do Programa de ATeG Mais Leite, Bruna Bastos.
A gestão inicia justamente na atual época em que há água em abundância. Com isso, técnicos de campo e produtores preparam os animais para a seca, visando não baixar a lactação e conseguir um padrão de produtividade para não perder dinheiro e manter o rendimento da propriedade. Muitos têm apoiado as novas ideias e estão colocando-as em prática.
Em Santa Rita do Pardo, 211 Km distante de Campo Grande, produtores fizeram mudas de Napier Capiaçu (BRS Capiaçu), que será utilizado como volumoso na época da seca. Além disso, plantam mandioca para fazer o teste do fubá do alimento.
“No caso do capiaçu esperamos uma economia de até 70% na produção de silagem comparada à silagem do milho, um aumento de até 3% em proteína bruta e crescimento de até 5 vezes no volume de matéria seca produzida por hectare. Isso porque o capiaçu rebrota, ou seja, é perene e só precisa ser plantado uma vez, sendo mais produtivo que o milho”explica o técnico de campo, Kennides Martins.
Com o fubá da mandioca a expectativa é de diminuição de até 60% no custo do concentrado, aumentando produtividade das vacas em lactação, e é um grande aliado no controle dos carrapatos”, complementa.
Arlindo Ferreira da Silva, produtor atendido há um ano e quatro meses pelo programa, está animado com a iniciativa. “É um recurso próprio que baixa a conta da produção. Isso torna a atividade mais rentável, e com esse planejamento não tem preocupação com a seca”, afirma. De acordo com ele, a última média registrada do custo de produção foi de R$ 0,41.
Em Iguatemi, a 360 Km de Campo Grande, produtores assistidos pelo Mais Leite vêm se preparando para os meses críticos de inverno. “Trabalhamos insistentemente sobre esse assunto com os produtores. Este tema virou prioridade depois de percebermos a vulnerabilidade das propriedades no período de seca. Até porque aqui na nossa região é comum termos geadas no inverno”, afirma o técnico de campo, Weslley Torres Vieira.
Vinicius Tonete é um dos 25 produtores assistidos pelo Mais Leite no Assentamento Nossa Senhora Auxiliadora. Na propriedade foram destinados dois hectares para o plantio de milho para a produção de silagem no inverno.
“Plantei em outubro do ano passado e a silagem está pronta para o trato das vacas no inverno próximo. Agora, na mesma área, vou plantar sorgo para ter mais comida para o gado o ano todo. Só o pasto não alimenta. E a quantidade foi significante. Foram produzidas 110 toneladas de silagem. Ainda não fechei o balanço, mas o custo do quilo deve sair na casa de R$ 0,07”, diz.
Fonte: Assessoria de Comunicação Sistema Famasul