Crédito, para que te quero?

Elenilton Souza – Credito: Marco Antônio

Muitas vezes quando ouvimos a palavra “crédito” temos uma leve tendência a enxergar como algo arriscado ou até mesmo um sinal de as coisas vão mal, seja para pessoa física ou jurídica. No entanto, a lição é saber de que forma adquirir uma linha ideal que atenda às nossas necessidades, sem comprometer o orçamento ou os planos futuros do negócio. No caso das empresas, é preciso salientar que, se bem planejadas e executadas, as soluções de crédito podem ser aliadas e contribuir para a expansão do empreendimento.

O momento mais oportuno para um empreendedor contratar um crédito é quando ele consegue prever a obtenção de um retorno financeiro (rentabilidade) no seu negócio igual ou superior ao desembolso em encargos que ele irá pagar pelo empréstimo contratado.  Por conta disso, não é aconselhado que se inicie um empreendimento já contraindo dívida, pois, neste momento, os demais gastos normais no período pré-operacional geralmente irão superar as receitas, em especial, pelo baixo ritmo inicial de negócios. No entanto, algumas situações podem ser ponderadas como, por exemplo, que uma eventual contratação de crédito venha com um prazo de carência para o início dos repagamentos ou até mesmo alguma modalidade que apresente um sistema de prestações crescentes ao longo do prazo do empréstimo.

Vale ressaltar que o crédito só será benéfico ao empreendedor quando ele aproveitar a oportunidade para aumentar o seu volume de vendas e, por consequência, de retorno financeiro. Com isso, o negócio crescerá em um patamar que supere os encargos e riscos inerentes a sua contratação.

O Sicredi – instituição financeira cooperativa que possui mais de 3,7 milhões de associados e atuação em 21 estados brasileiros – conta com um amplo portfólio de produtos de crédito especialmente focados no público PJ. Cerca de 10% do quadro do Sicredi é formado por PJ, sendo que 96% deste grupo são Micro ou Pequenas Empresas (MPE´s), 3,4% médias empresas e 0,6% grandes empresas. O perfil de sua carteira de crédito hoje apresenta a seguinte distribuição: 31% são para MPE´s, 28% são para médias e 41% são para empresas de grande porte.

Entre os produtos de curto prazo, aqueles que dão um fôlego para o empreendedor tocar o dia a dia, uma opção interessante é a Antecipação de Recebíveis, uma linha de crédito que tem como objetivo dar ao empreendedor a oportunidade de transformar as suas vendas a prazo, em geral de até 180 dias, tanto por meio de cheque, cartões e duplicatas – para citar os mais comuns – em dinheiro na hora, em taxas médias atuais em torno de 2,0% a.m. Outra possibilidade é o Capital de Giro, no Sicredi, por exemplo, disponível tanto nas modalidades fixo (prestações periódicas) como rotativo (juros mensais e saldo devedor ao final do contrato), em que o mesmo obtém recursos por até três anos, agregando outras garantias pessoais ou reais, de acordo com a sua disponibilidade, com taxas médias atuais  em torno de 1,6%a.m.

Para as operações de longo prazo, buscando um aumento da capacidade produtiva e/ou a melhoria dos seus indicadores de eficiência, o destaque é para o Investimento Empresarial, que tem como objetivo oferecer ao empreendedor o financiamento de um projeto de expansão do seu negócio, com pagamentos periódicos, em um prazo de até 10 anos, com a possibilidade de obter uma carência inicial, com taxas médias atuais em torno de 1,30%a.m. Há ainda a linha Máquinas e Equipamentos, cujo foco  é a aquisição ou substituição do maquinário envolvidos no processo produtivo, no mesmo prazo de contratação,  conta com taxas médias em torno de 1,80%a.m.

Com todas essas informações, vale a pena analisar – com a orientação adequada – quais a melhor alternativa para o seu negócio, assim como o momento mais oportuno para a tomada de recurso. Depois disso, é só prosperar!

*Elenilton Souza é gerente de Desenvolvimento de Crédito do Banco Cooperativo Sicredi

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