Com a finalidade de promover a qualidade de vida e inclusão das pessoas idosas em situação de vulnerabilidade, o Retiro dos Artistas é uma instituição criada no Rio de Janeiro em 1918 e, desde lá, seu funcionamento depende apenas de doações e trabalho voluntário.
E, no ano em que comemora 100 anos de existência, o Retiro dos Artistas vai promover um bazar beneficente com peças e objetos que pertenciam ao Renato Russo, um dos maiores artistas e poetas brasileiros, dia 7 de abril (sábado) a partir das 12h. Doados pelo filho do cantor, Giuliano Manfredini, os itens vão desde roupas e móveis, LPs, livros, itens decorativos, entre outros.
“Acredito que a história do Retiro dos Artistas e a existência dessa instituição até os dias de hoje é um exemplo de solidariedade com os artistas, que tanto ajudaram a delinear o caráter e o senso crítico da população nestes 100 anos, e como meu próprio pai fazia antes de sua partida, faço por meio desta doação, que posteriormente será revertida em recursos para o Retiro, uma contribuição pessoal para esta causa tão importante.”, comenta Giuliano Manfredini. Para Cida Cabral, administradora geral, a contribuição é de grande importância. “Estamos muito contentes com essa doação para o nosso Retiro dos Artistas. Tenho certeza que será um sucesso, pois todos são muito fãs do Renato Russo e de seu legado, então quem não gostaria de adquirir um item pessoal e ainda ajudar a nossa instituição”, completa.
Serviço:
Bazar beneficente com peças e objetos de Renato Russo
Data: 7 de abril (sábado)
Horário: a partir das 12h
Local: Retiro dos Artistas – R. Retiro dos Artistas, 571 – Jacarepaguá, Rio de Janeiro – RJ
Sobre Renato Russo:
Renato Manfredini Júnior, conhecido nacionalmente como Renato Russo, nasceu no Rio de Janeiro em 27 de março de 1960. Filho de um funcionário público com uma professora de inglês, ele morou dos setes aos dez anos em Nova York por conta da carreira profissional de seu pai.
Aos 13 anos, de volta à capital Brasília, local onde viveu parte de sua infância, Renato levou uma vida típica de adolescente de classe média. Quando completou 15 anos, enfrentou uma epifisiólise, rara doença que o deixou por um período entre a cama e a cadeira de rodas. Nessa época, ele já criava movimentos imaginários e bandas, como a ‘The 42th Street Band’ que acabou inspirando a criação de bandas e a própria carreira de Renato. Essa história inclusive virou um livro lançado recentemente pela Cia. Das Letras.
No ano de 1979, formou a banda Abordo Elétrico, no qual permaneceu até o ano de 82. Foi nessa época que Renato compôs grandes canções de sua carreira, como ‘Que País é Este’, ‘Geração Coca-Cola’, ‘Faroeste Caboclo’, ‘entre outras. Depois desse período, Renato começou a realizar trabalhos solos, ficando conhecido como ‘O Trovador Solitário’.
No mesmo ano, conheceu alguns companheiros da música que, juntos, formaram a principal banda de rock da história da música brasileira, Legião Urbana. Outro passo importante foi a contratação dos artistas pela gravadora EMI-Odeon, onde lançaram o primeiro álbum no ano de 1985. A partir deste momento, nasceram grandes sucessos e discos marcantes para a música nacional. Ao todo, foram oito álbuns: Legião Urbana 1 (1985), Dois (1986), Que País é este (1987), Quatro estações (1989), V (1991), Música para Acampamentos (ao vivo-1992), Descobrimento do Brasil (1993), A Tempestade (1996).
Em 1993, conciliando com a banda Legião Urbana, Renato iniciou carreira solo e lançou The Stonewall Celebration Concert, álbum de ‘militante’, cujo nome é uma referência ao bar nova-iorquino onde os gays se rebelaram contra a ação política no ano de 1969. Além disso, o álbum também é uma homenagem ao seu ex-namorado chamado Scott. Em 1995, lançou ‘Equilíbrio Distante’, álbum composto por canções italianas em homenagem à sua família.
Com apenas 36 anos, Renato Russo faleceu no ano de 1996 por conta de broncopneumopatia, septicemia e infecção urinária, consequências do contágio pelo vírus HIV.
Atualmente, mesmo após 20 anos de sua partida, Renato Russo continua sendo um clássico eterno de nossa cultura, além de grande poeta, cantor e compositor. Sua obra permanece atemporal no topo das paradas de sucesso e, em constante movimento, continua conquistando seguidores e fãs como se estivesse presente.
Sobre os 100 anos do Retiro dos Artistas (1918 até 2018):
O que motivou a fundação da ‘Casa dos Artistas’ foi o declínio das atividades artísticas entre os anos de 1914 a 1818 no Rio de Janeiro, capital cultural do Brasil. A cidade ressentia-se de algumas peculiaridades coloniais, embora a ação dinâmica do prefeito Pereira Passos tivesse varrido as pragas endêmicas da cólera e da febre amarela.
Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, os artistas estrangeiros ficaram impossibilitados de retornar aos seus países, então a crise econômica atingiu todas as atividades culturais, deixando cicatrizes por todo o mundo. Aquela situação comoveu o ator Leopoldo Fróes, bacharel em direito, que resolveu por um ponto final naquela situação. Ele idealizou criar uma Instituição destinada a socorrer os artistas brasileiros e estrangeiros, desempregados e doentes. Foi então que, em 03 de agosto de 1918, reuniu um grupo de atores e empresários no Teatro Trianon para expor sua ideia.
Depois disso, Fróes conseguiu o apoio de vários artistas e jornalistas para a criação de uma associação que, sustentada por eles, pudesse acolher temporária ou definitivamente os artistas que, no Brasil daquele tempo sequer tinham sua profissão reconhecida como tal.
De lá pra cá, mais de 700 artistas já viveram neste recanto, que fica em um terreno arborizado com mais de 14 mil metros quadrados, localizado em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro.