O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS) determinou na manhã desta terça-feira (25/08) o afastamento dos respectivos cargos públicos do prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP) e do presidente da Câmara de Vereadores, Mário César (PMDB), por suspeita de corrupção ativa e passiva durante a votação que cassou o mandato do prefeito eleito Alcides Bernal (PP), em março de 2014.
A decisão de afastar Gilmar Olarte de Prefeitura e Mário César da Câmara foi tomada pelo desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, do TJ/MS, atendendo a um pedido do Ministério Público Estadual (PME). Ambos estão proibidos de se aproximarem dos respectivos prédios.
Com a decisão, o vice-presidente da Câmara, Flávio César (PTdoB), deverá assumir o cargo de prefeito. Já na Câmara Municipal deverá assumir como presidente da Casa de Leis a vereadora Thais Helena Vieira (PT).
O afastamento de Gilmar Olarte e de Mário César aconteceu na manhã de hoje, durante a Operação Coffee Break, do Grupo de Atuação e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e do Ministério Público Estadual.
A Operação Coffee Break é um desdobramento da Operação Lama Asfáltica, feita pela Polícia Federal (PF) que investiga suspeita de desvio de recursos públicos através de fraudes em licitações, contratos administrativos e superfaturamento de obras realizadas no Estado de Mato Grosso do Sul.
Durante as investigações, a Polícia Federal, com autorização da Justiça, realizou escutas telefônicas, as quais mostraram que alguns vereadores de Campo Grande teriam recebido propina para cassar o então prefeito Alcides Bernal.
A Operação Coffee Break teve início na manhã de hoje, por volta das 06h16min (horário de MS), tendo os policiais da Gaeco ido até o prédio da Câmara Municipal de Campo Grande, onde intimou vários vereadores a prestarem depoimento na sede da polícia. Os celulares de vários políticos foram apreendidos durante a ação policial.
O Juiz Luiz Cláudio Bonassini da Silva determinou que os vereadores Mário César (PMDB), Edil Afonso Albuquerque (PMDB), José Airton Saraiva (DEM), Waldecy Batista Nunes, o Chocolate (PP), Gilmar Neri de Souza (PRB), Carlos Augusto Borges (PSB), Edson kiyoshi Shimabukuro (PTB) e Paulo Siufi Neto (PMDB), juntamente com o vereador afastado e atual secretário municipal de Saúde, Jamal Mohamed Salém, o ex-vereador José Alceu Padilha Bueno, e os empresários João Alberto Kramp Amorim dos Santos, João Roberto Baird e Fábio Portela, fossem conduzidos coercitivamente a sede do Gaeco para prestarem depoimento na condição de investigados, sendo que após, todos serão liberados.
Também foram apreendidos os celulares dos vereadores Eduardo Pereira Romero (PT do B), Flávio César Mendes de Oliveira (PT do B) e Otávio Augusto Trad Martins (PT do B).
A equipe de reportagem do Campo Grande Notícias tentou entrar em contato com Gilmar Olarte e com Mário César, mas ambos não foram encontrados. Os advogados do prefeito e do presidente da Câmara disseram que irão entrar ainda hoje com um recurso para tentar anular a decisão de afastamento de seus clientes dos respectivos cargos.