Projeto ‘Capoeira Angola: Berimbau Chamou’ encerra neste fim de semana

Evento de encerramento durará três dias e terá oficinas, rodas de capoeira e rodas de conversa com mestres de MS e de outros Estados

Foto: Divulgação

Iniciado em março, o projeto “Capoeira Angola: Berimbau Chamou” terá seu evento de encerramento nesta sexta-feira (27), sábado (28) e domingo (29). No primeiro dia acontece roda de capoeira na praça Ary Coelho, às 18h. No sábado, a partir das 8h na associação de moradores da Vila Margarida, haverá oficinas que se estendem durante todo o dia, terminando com uma roda de capoeira no fim da tarde. No domingo, às 9h no Parque das Nações Indígenas, tem a “Papoeira”, roda de conversa com os mestres sobre a capoeira. O projeto conta com recurso do FMIC (Fundo Municipal de Investimentos Culturais), oriundos da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. A programação é aberta ao público e gratuita.

“Capoeira Angola: Berimbau Chamou” é um projeto que o professor Marcos Vinícius Campelo, de 37 anos, idealizou há bastante tempo. “Sempre fizemos encontros menores, colaborativos com quem participava. Agora que conseguimos mais recursos tomou um corpo maior”, conta.

Foto: Cigarras Fotografia

Foram convidados para ministrar as oficinas deste fim de semana: mestre Renê, de Salvador; mestre Leninho, de Brasília; mestre Pequeno, de Campo Grande; contramestre Carlos, de Curitiba; treinel Paula, de Curitiba; e professor Rafael, de Goiás.

“Além dos convidados de outros estados, sempre estendemos o convite a capoeiristas do interior, da Capital e qualquer pessoa que tenha interesse de conhecer. Acreditamos que este intercâmbio enriquece a diversidade cultural, de pensamento, tanto em relação à capoeira quanto às pessoas”, afirma Marcos.

Foto: Maria Fernanda Arnaldi

Primeira fase do projeto

Desde o início de março o “Capoeira Angola: Berimbau Chamou” levou a Escola Estadual Hércules Maymone oficinas de musicalização com instrumentos da Capoeira Angola, movimentação e história afro-brasileira, atendendo o cumprimento da Lei Federal 10.639/2003 que determina o estudo da África e cultura dos povos afro-brasileiros nas escolas de educação básica.

Marcos é quem as ministra e acredita ser importante levar a capoeira para a escola, pois é uma forma dos estudantes conhecerem seu passado. “Existe uma forma de educar os alunos através da capoeira, já que ela é uma herança ancestral africana. As oficinas se tornam uma ferramenta de mudança social, ensinam respeito ao próximo, à história de matriz africana e a ter responsabilidade com sua identidade cultural”, reflete. “Além de fazer bem para a mente e para o corpo”, completa.

Foto: Maria Fernanda Arnaldi

Capoeira Angola

A Capoeira Angola é uma expressão da tradição afro-brasileira calcada em exercícios de (con)vivência grupal. Sua prática representa a conjugação de diferentes manifestações culturais que incluem a dança, a música, a dramatização, a brincadeira, o jogo e a espiritualidade. Em seu ritual, todos participam e cada um é fundamental e único. Sua música é cadenciada, orgânica e ritualizada.

É uma manifestação da cultura popular brasileira onde coexistem aspectos normalmente compreendidos de forma segmentada pela cultura que se fez oficial, como o jogo, a dança, a luta e a ancestralidade, unidos de forma coesa, simples e sintética. Possui suas origens em elementos da cultura de várias matizes de povos africano no Brasil no século XVI até o final do século XIX, sincretizados com elementos de culturas nativas (povos indígenas) e de origem europeia.

Marcos teve seu primeiro contato com a capoeira há cerca de 15 anos, quando morava em sua cidade natal, Goiás Velho. “Lá tem uma roda muito tradicional no Centro Histórico e desde jovem sempre assistia, até que um dia conversei com o mestre Chuluca, e pedi para ser seu aluno e ele me aceitou. O que me chamava muita atenção era a musicalização e harmonia nos jogos de corpos, foi por isso que comecei a gostar”, lembra. Ele vive em Mato Grosso do Sul há 9 anos e dá aulas desde que chegou.

Foto: Maria Fernanda Arnaldi

Programação:

27/04

18h – Roda de Abertura

Local: Praça Ary Coelho – Av. Afonso Pena s/n.

28/04

08h- 11h e 13h-16h

Oficinas com Mestre Renê (BA), Mestre Leninho (DF), Mestre Pequeno (MS), Contra-mestre Carlos Ferraz (PE/PR), Treinel Paula Back (PR), Professor Rafael (GO)

18h – Roda de Capoeira Angola

Local: Associação de Moradores da Vila Margarida, Rua Naviraí, 692 – Vila Margarida.

29/04

09h – Roda de Encerramento

Almoço;

Confraternização.

Local: Parque das Nações Indígenas / Entrada pista de skate, Rua Antônio Maria Coelho, 6060.

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