Nesta quarta-feira (3) e sexta-feira (4) é a vez da Escola Municipal Consuleza Maksoud Trad receber o projeto “Campo Grande Na Tela”, que leva filmes feitos na Capital a instituições de ensino de todas as regiões da cidade para que os jovens tenham contato com as produções locais. O projeto já passou em três escolas nas regiões do Centro, Segredo e Imbirussú e na UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul). Ele é desenvolvido pela Marruá Arte e Cultura com recursos do FMIC (Fundo Municipal de Incentivo à Cultura), oriundos da Secretaria de Cultura e Turismo da Prefeitura de Campo Grande.
Antes de levar as exibições para cada escola, integrantes do projeto vão até o local e expõem um guia pedagógico explicando como ele funciona e apresentando os filmes que participam da mostra. No guia ainda há sugestões de temas e exercícios sobre o conteúdo gerado a partir deste contato com o cinema que podem ser aproveitados em sala de aula nas disciplinas de História, Literatura, Português, Geografia e Artes. O projeto atende o cumprimento da Lei que determina a exibição de filmes nacionais nas escolas de educação básica.
No primeiro dia os filmes começam às 9h e no segundo dia às 15h. Serão exibidos: Ser Criança Em Campo Grande, de Tina Xavier; Olhar Diferente, de Marielle Oliveira; O Olhar Indígena Sobre Campo Grande, de Sidney de Albuquerque; Espera e Enterro, de Fábio Flecha; Ela Veio Me Ver e A TV Está Ligada, de Essi Rafael; Clave Latina e Preto e Branco, de André Monteiro; Tia Eva, de Ana Carla Pimenta e Vânia Lúcia Duarte; Lamento, de Eduardo Romero; e Memórias de Luz, de Farid Fahed.
Por meio do “Campo Grande Na Tela” muitos adolescentes tiveram o primeiro contato com o cinema local, como é o caso de Rayane Martins, estudante de 14 anos da Escola Municipal Nagib Raslan, onde o projeto esteve 18 de abril. “Gostei bastante, vi filmes que falam de Campo Grande ou têm histórias que se passam em nossa terra. Nunca tinha assistido nada daqui, é tão legal quanto os filmes que costumo ver de fora”, avalia.
Já Brenda Oliveira, de 13 anos, preferiu as ficções aos documentários que foram apresentados. “Gostei muito de ‘Ela Veio Me Ver’, é uma história de amor entre adolescentes, parece muito o que alguns amigos estão passando”, afirmou. “Vi que é possível fazer filme, quem sabe um dia eu faça um”, completou.
Para o coordenador do projeto, Belchior Cabral, é importante levar estas produções até os jovens. “Nos últimos anos, o trabalho da Marruá se aproximou do cinema e da prática audiovisual. De projetos que desenvolvemos surgiram vários curtas. Percebemos que havia um acervo deles bastante relevantes e reveladores sobre a cidade em que moramos. Diante desse repertório pensamos ser importante transmitir esse conhecimento às novas gerações, produzindo mostras para exibição nas escolas e guias pedagógicos para apoiar os educadores, realizando debates”, explica Belchior Cabral, coordenador do projeto.
Debate
Após as exibições acontecem debater para que os estudantes entendam melhor como funciona as produções campo-grandenses. Na Consuleza Maksoud estarão o ator Espedito Dimontebranco e Sidney Terena no primeiro dia e a atriz Conceição Leite, no segundo dia de mostra.
Nos dias 23 e 24 de abril, quando aconteceu a mostra da UEMS os debates contaram com o ator Pepa Quadrini e o músico e roteirista Rodrigo Camargo, no primeiro dia e a produtora Tania Sozza e a diretora de arte Maíra Espíndola, no segundo dia.
O debate gerou muitas perguntas sobre a vivência dos profissionais, principalmente para Rodrigo que é rapper do bairro Nova Lima e canta sobre a violência que acontece na zona norte da cidade.
A próxima escola a receber o projeto será a Escola Municipal Múcio Teixeira Júnior, na Vila Carlota, no dia 8 de maio, às 9h15 e 15h15.