Campo Grande (MS) – Domingo foi dia do rock’n’roll autoral no Som da Concha. As Bandas Mad Men Convoy e Jane Jane e sua banda animaram a noite do Dia das Mães na Concha Acústica Helena Meirelles com composições próprias e relembraram grandes sucessos do rock internacional.
Na plateia, pessoas de todas as tribos, idades e gostos musicais vieram prestigiar este projeto da Fundação de Cultura de MS. O músico Diogo Zarate e a pedagoga Isabella Vargas trouxeram a família para curtir o som. Diogo é baterista e já tocou em vários “Som da Concha” com a banda Jennifer Magnética e como free em outras bandas. O casal veio pela amizade que têm com os artistas que se apresentaram neste domingo. “Sou parte deste projeto há muitos anos. É muito importante, porque difunde bastante as bandas regionais e por ter acesso gratuito. Aqui é um lugar legal, o horário é bacana, eu trago sempre meus filhos”.
Amanda e Ana são filhas da Isabella e vieram com o Matheus, filho do Diogo e com o amigo Lucas Mariano Medeiros. Todos gostam de rock. “Sempre viemos nos shows da Jennifer Magnética. O Som da Concha é um incentivo para a música autoral de Campo Grande. As músicas do Mad Men Convoy são legais, é uma banda autoral com rock um pouco mais pesado que estava faltando em Campo Grande”, diz Lucas, que com Matheus tem uma banda de rock chamada Visalia.
O desenhista e cozinheiro Jefferson Barros ficou sabendo do show por meio de amigos, e veio com a professora Fabíola Lima e o eletricista Rafael da Silva. Para ele, o importante é a oportunidade de fazer um passeio diferente. “Gosto do parque, da Concha. Viemos para o show e também passeamos por aqui. É um canal para as bandas se expressarem. A Concha tem que ser utilizada, é um espaço público maravilhoso”.
Sua amiga Fabíola concorda. “A gente veio domingo passado, falaram que ia ter hoje aí a gente veio. A gente traz as crianças para passear. É bom para conhecer as bandas regionais e como é gratuito, qualquer pessoa pode ter acesso”.
Stephanie Mattioli, fotógrafa, veio com amigos e acompanha a programação do Som da Concha pelas redes sociais. “Sempre que tem rock a gente vem. Colocam um som autoral aqui. Eu já acompanhava as bandas que tocam hoje, eles estão sempre produzindo, não desistem da cena. É difícil fazer rock em Campo Grande, tem que ter força de vontade, e eles têm. Este projeto é bom para fortalecer a cultura, divulgar as bandas, a arte musical. Abre espaço para muita gente colocar seu talento em prática”.
Os amigos Yasmin Lied, estudante de Engenharia de Software, Larisse Costa, estudante de Design de Interiores e Günther Medeiros Frantz, Engenheiro Civil gostam bastante de rock e já conheciam a Mad Men Convoy. “A guitarra deles é massa, curti também a bateria”, diz Yasmin. “No geral eles formam um grupo redondinho, o vocal remete a um grupo mais alto, eles têm tudo para dar certo. A composição do grupo é muito boa, a guitarra casa com o baixo e a bateria”, diz Larisse.
Para Yasmin, o Som da Concha dá muita visibilidade para o público conhecer novas bandas. “Às vezes a galera não quer pagar para ver uma banda num pub ou barzinho porque não conhece. É muito mais fácil você estar disposto a pagar para ver a banda se você já conhece e curte. Este projeto mostra que tem sons diferentes aqui. Tem uma galera que curte um som mais pesado e aqui mostra que tem rolê pra quem curte”.
Günther diz que a cidade de Campo Grande tem “pouca cultura” e que deve haver mais movimento cultural por aqui. “O Som da Concha valoriza os músicos da nossa cidade. Tem caras bons aqui que a galera não conhece”.
Este pode ser o caso da Mad Men Convoy, banda nova, formada em 2014 por amigos que gostavam de tocar juntos e se reuniram para fazer um som autoral. É a primeira vez da banda no Som da Concha. “É maravilhoso, tinha bastante gente assistindo. Foi de longe o melhor equipamento, a melhor estrutura de show que já tivemos em Campo Grande. O palco é grande, o som excelente. Já temos um ritmo bom de shows, uma rotina bem calejada, mas pela magnitude do projeto deu uma ansiedade maior”, diz o guitarrista Pedro Possebon.
“O público aqui é mais diversificado, a gente pode ser visto por diferentes tipos de pessoas. E é gratuito. O evento já tem qualidade atrelada, de renome, você tem que ser escolhido para tocar. Por isso a gente se sente reconhecido e valorizado”, diz o outro guitarrista do grupo, Felipe Tiecher.
Depois do show do Mad Men Convoy, subiu ao palco Jane Jane e sua banda pela segunda vez no Som da Concha. Depois de um tempo afastada da cena do rock sul-mato-grossense por causa da gravidez de seu primeiro filho e da licença maternidade, Jane Jane volta com um olhar diferente para o seu trabalho. “Foi muito legal, fiquei muito emocionada. Estou voltando depois de uma pausa e muito feliz por ter visto muita gente. A maternidade me trouxe uma sensibilidade musical mais aguçada, me fez sentir a música de forma diferente. Mãe deve ter super poderes! E na plateia, minha mãe e meu filho Daniel. Viu, que coisa mais linda!”
Jane Jane fez para todas as mães da plateia uma lembrancinha para o Dia das Mães, que foi distribuída por sua equipe. Sua mãe, Kátia Paes de Barros, estava junto ao público e acompanha a carreira da filha desde que ela começou, com 13 anos, e nunca mais parou. “Ser mãe de músico é um pouco tenso, porque o mercado para o rock aqui é muito difícil, mas acredito que já deu muito certo. Para mim é emocionante, é maravilhoso ouvi-la. Sabe como é mãe, né”.
E para você que curte a boa música feita em Mato Grosso do Sul, o próximo Som da Concha vai ser no dia 10 de junho, domingo, a partir das 18 horas, com shows de Pedro Espíndola e Tonico da Viola, na Concha Acústica Helena Meirelles, que fica no Parque das Nações Indígenas. A entrada, como sempre, é franca. Traga sua família, amigos, e venha prestigiar!