O Dia do Orgulho Crespo passa a integrar o Calendário Cívico e Cultural de Mato Grosso do Sul. De autoria do 2º secretário da Assembleia Legislativa, deputado Amarildo Cruz (PT), a lei 5.206/2018 foi sancionada nesta quinta-feira (7) pelo governador Reinaldo Azambuja, e será celebrada, anualmente, no dia 7 de novembro.
A data escolhida é uma homenagem à adolescente Karina Saifer de Oliveira, do município de Nova Andradina, que se suicidou aos 15 anos de idade após sofrer bullying na escola por causa do seu cabelo. “Não podemos aceitar que, em pleno século XXI, pessoas sejam perseguidas, discriminadas ou ridicularizadas por causa da cor da sua pele, pelo tipo do seu cabelo ou pelo seu estereótipo, como aconteceu com essa jovem que, infelizmente, tirou a própria vida”, comentou o deputado.
De acordo com o parlamentar, a nova lei irá pautar politicamente a sociedade sobre a importância de compreender de que forma a negação do cabelo crespo está associada ao racismo e ao preconceito. “Só quem sofre a discriminação sabe exatamente o que isso significa. Por isso é essencial colocarmos pautas como essa no centro da discussão, visando sensibilizar a sociedade sobre a importância de combater esse e qualquer tipo de preconceito”, afirmou.
Amarildo Cruz lembrou que quase metade da população feminina no Brasil é preta ou parda, segundo o último Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e as mulheres negras mortas por agressão passou de 54,8% em 2005 para 65,3% em 2015. “O quadro é sério e indica que muitas dessas mortes poderiam ser evitadas. Esse dia de celebração é para sociedade refletir e debater o tema, reafirmando a identidade, a história e a luta dessas mulheres”, concluiu.