São Paulo (SP) – O tempo instável no Rio de Janeiro, dias antes da etapa carioca da primeira fase do Circuito Futebol Social 2018, não impediu a realização do evento seletivo para a Copa do Mundo de Futebol Social, a Homeless World Cup (HWC). Inicialmente previsto para o Morro do Cavalão, em Niterói, o torneio foi realizado no Parque da Quinta da Boa Vista, em São Conrado, por contas das chuvas, e reuniu oito equipes (4 masculinas e 4 femininas). Além de disputadas equilibradas, a competição contou com a presença dos campeões do mundo de futebol social em Oslo (NOR), no ano passado, Leonardo Garcia e Murilo Oliveira.
“A troca do local da disputa cerca de 24 horas antes do torneio causou baixa no número de participantes, mas mesmo assim a etapa do Rio de Janeiro do Circuito Futebol Social pode ser considerada um sucesso. Acredito que a seleção nacional de futebol social pode ter, quem sabe, de 2 a 3 representantes do Rio, tanto no masculino quanto no feminino”, avaliou Antonio Carlos Fernandes, coordenador do Futebol Social no Rio de Janeiro. “Além disso, os campeões da HWC 2017, Leo e Murilo, prestigiaram a etapa e deram conselhos para a garotada. Foi muito bacana essa interação”, completou Antonio Carlos.
Na chave masculina, a decisão foi entre as equipes do Complexo do Alemão e Pereirão, ambas do Rio de Janeiro, com vitória dos atletas do Complexo do Alemão. Já a final da disputa feminina foi entre o time do Complexo da Coruja, de São Gonçalo, contra o time do Pereirão, com a conquista do título pela equipe gonçalense.
Formato de seleção dos atletas – Das cinco etapas regionais – São Vicente (SP), Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Fortaleza -, marcadas para os meses de junho e julho, serão selecionados cerca de 50 jovens, entre meninos e meninas, para participarem da Etapa Nacional do Circuito Futebol Social. Finaliza-se assim o processo de escolha de oito homens e oito mulheres até agosto, para representarem o Brasil na Copa do Mundo de Futebol Social de 2018, marcada para os dias 13 a 18 de novembro, na Cidade do México.
Diferentemente dos anos anteriores do projeto, não serão classificadas as equipes vencedoras para a etapa final, mas sim jovens individualmente selecionados. Assim, cada equipe de um projeto social poderá ter no máximo dois selecionados, que se enquadrem nos critérios definidos e eleitos após observação comportamental durante os jogos e análise social realizada pela equipe técnica, em parceria com os movimentos participantes. Entre a realização da etapa nacional e a ida ao mundial, serão realizadas atividades específicas com o grupo selecionado.
Seletivas com datas definidas – Após a abertura em São Vicente (SP), na Baixada Santista, e a realização do torneio seletivo do Rio de Janeiro, restam ainda mais três etapas. A de São Paulo tem sua data sugerida para os dias 30 de junho e 1º de julho, em local a ser definido. As etapas de Brasília e Fortaleza, bem como a de Seleção Nacional, terão locais e datas definidas em breve.
Ações extra-campo – A ação da ONG Futebol Social não se restringirá à definição dos jogadores que formarão as seleções brasileiras masculina e feminina para a Copa do Mundo. Em paralelo com as competições esportivas, organizadas em arenas próprias, com regras específicas, árbitros capacitados e a infraestrutura necessária, serão promovidas atividades como palestras, capacitações, além de ações culturais e de recreação.
Principais regras do futebol social – No futebol social, a quadra é reduzida, tem apenas 22 metros de comprimento e 16 de largura. O time vencedor ganha três pontos no campeonato, o perdedor, zero. Em caso de empate, disputa alternada de pênaltis, com dois pontos para o vencedor e um para o time que perder. São dois tempos de sete minutos, com intervalo de um minuto. Os goleiros não podem sair da área, marcar gols, ou fazer cera. Os jogadores de linha também não estão permitidos a invadir a área dos goleiros, sob a pena de um pênalti do time adversário. O Fair Play (jogo limpo) é incentivado nos torneios, e um troféu exclusivo é destinado ao time que demonstrar e jogar com o espírito genuíno do futebol.
Para os jogadores que não atuarem nesse espírito do Fair Play, penalidades: cartão azul (dois minutos) ou vermelho (expulsão do jogo) e, em último caso, exclusão do torneio. Pelo menos um jogador deve ficar no campo oposto, ou seja, três atacam e dois defendem. Uma falta será marcada contra o time que ficar totalmente em seu lado. Se um jogador recebe um cartão azul, enquanto o time estiver com jogador(es) a menos, esta regra não é válida. Da mesma maneira, esta regra não vale se um jogador recebe um cartão vermelho.
Sobre a Ong Futebol Social – Com patrocínio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e Penalty, o Futebol Social promove um movimento pioneiro que conecta jovens e comunidades carentes de todo o País, tendo como objetivo principal integrar, motivar e fortalecer seus participantes. Fazem parte da rede Futebol Social diversos projetos sociais e movimentos comunitários atuantes em periferias, favelas, comunidades ribeirinhas e quilombolas, entre outros grupos e regiões socialmente excluídos.
Participam jovens de 16 a 21 anos, que vivem em situação precária de moradia (ou sem moradia), sob risco social e sem condições plenas de desenvolvimento. Desde 2004, o projeto já atendeu mais de 20 mil jovens, por meio da rede Futebol Social, que reúne anualmente entre 50 e 100 entidades de diversos estados e regiões do país. Já participou de mais de 20 eventos internacionais em cinco continentes do mundo.
Atividades, eventos e torneios locais são realizados em diversas cidades, em conjunto com outras ações comunitárias e de cidadania. Por meio de diversas ações, a Ong busca proporcionar experiências de vida únicas a jovens que têm no esporte a chance de conhecer outras realidades e viver momentos de lazer e entretenimento, acreditando serem poderosas ferramentas na luta contra a pobreza e a violência do dia a dia. “Futebol Social: ganhar é virar o jogo!” é o lema da Ong. Um dos resultados do projeto é a formação das seleções brasileiras masculina e feminina que jogam o Campeonato Mundial de Futebol Social (Homeless World Cup) e outros eventos internacionais.
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