Como parte das comemorações dos 25 anos de criação completados em 2017, o Grupo Teatral Palco Sociedade Dramática apresenta uma Temporada com seus trabalhos mais emblemáticos: O Escurial, Pobre Diabo Louco e Seu Discurso Para Moscas, O Diário de Madalena e Rubens Corrêa, um grande Artaud de Aqui… As apresentações serão sempre as 20 horas no Teatro Prosa SESC/HORTO que apoia a iniciativa e que têm Financiamento do FOMTEATRO/SECTUR/Prefeitura Municipal de Campo Grande. Para assistir as apresentações basta levar um quilo de alimento não perecível. Os ingressos podem ser retirados meia hora antes do início de cada espetáculo.
APRESENTAÇÕES:
Temporada Grupo Teatral Palco Sociedade Dramática – 25 anos em cena
O Escurial
4, 5 e 6 de julho às 20h
Entrada: 01 quilo de alimento não perecível
SINOPSE “O ESCURIAL”
Em “O Escurial”, escrito em 1927 , Michel de Ghelderode mostra um texto expressionista, onde “o homem não vale nada”, expondo-o no seu limite mais básico. Um Rei refém da sua loucura vagueia solitário e diverte-se com ela. Em um espaço mais próximo a rainha agoniza em seu leito de morte envenenada, assassinada em seu próprio palácio. Um monge prepara-se para as honras fúnebres enquanto Folial, um bobo escravizado à sua condição de plebeu, tratador de cães têm como obrigação divertir o Rei nos jogos que este mesmo cria para conforto do seu sadismo e crueldade. Tudo se passa nos últimos momentos de vida da rainha.
Ghelderode vai mais além e inverte os papéis. Se por um capricho da vontade (do Rei), o bufão ascende à cadeira do poder, ele com o próprio poder se transforma na criatura maquiavélica a quem tanto detestava. A velha frase “Dê poder a um homem e o conhecerá” é bem real neste espetáculo.
Ficha técnica:
Adaptação de texto, direção, desenho de luz, figurino, cenografia e sonoplastia: Espedito Di Montebranco
Elenco: Bruno Moser, Espedito Di Montebranco
Operação de iluminação: Stepheen Baylon
Operação de sonoplastia: Claudeir Dilly.
Contra regra: Jurema de Castro
Fotografia: Fernando Antunes
Pobre Diabo Louco e Seu Discurso Para Moscas
7, 11 e 12 de julho às 20h
Entrada: 01 quilo de alimento não perecível
SINOPSE
Com texto e direção e atuação de Espedito Di Montebranco, o monólogo já viajou vários estados do país e exterior, além de receber mais de 20 prêmios e menções honrosas.
O espetáculo considerado por muitos como uma crítica política, narra os problemas enfrentados no Estado de Mato Grosso do Sul e no Brasil, contando a história de Praculá Makob, um indigente que anda perdido pelo País com o sonho de chegar ao Distrito Federal e falar com o Presidente da República, assim, caminha de cidade em cidade e em cada uma delas que chega pergunta: Pra que lado fica o Distrito Federal? E as pessoas respondem: Praculá.
Makob, foi o sobrenome que lhe deram, pois foi o que viram nesse mendigo perdido, nesse “Pobre Diabo Louco e seu Discurso para Mosca”, onde a maioria pensa tratar-se de um louco, um doente mental e não percebem que esse é o verdadeiro cidadão, que critica e apresenta possíveis soluções para esse Brasil sofredor.
Praculá é um andarilho, um quase homem, um sonhador, aceita-se como uma metamorfose humano-lobisomem, um ser desprovido de estudo, residência fixa e até amor, porque nessas andanças descobre que a solidão é sua única companheira, sofre assim calado e percebe que as dores preconceituosas do credo, cor e raça se agarram a ele como a própria sujeira que lhe é peculiar, vive num país rico em alimento, mas que falta pão em sua própria mesa, um país quase analfabeto, mas de um povo extremamente cordial.
FICHA TÉCNICA:
Texto, direção, desenho de luz, figurino, cenografia, sonoplastia e atuação: Espedito Di Montebranco
Operação de luz: Stepheen Abrego
Operação de Sonoplastia: Claudeir Dilly
Contra regra: Jurema de Castro
Fotografia: Helton Perez (Vaca Azul).
O DIÁRIO DE MADALENA
13 e 14 de julho e 8 de agosto às 20h
Entrada: 01 quilo de alimento não perecível
SINOPSE
Escrito e dirigido por Espedito Di Montebranco, que também atua ao lado de Bruno Moser e Jurema de Castro, o espetáculo propõe em cena o resultado de alguns estudos acerca da violência contra a mulher, narrando a história de uma família composta por três pessoas : Severo (o pai) e dois filhos, Sabiá e Madalena que moram no pantanal de Mato Grosso do Sul sem contato com outras pessoas e meios de comunicação. Enquanto Severo está na cidade a procura de socorro médico a esposa morre e os dois filhos menores são obrigados a enterra-la próxima da casa onde moram. A partir da morte de Jurema a família sofre uma desestruturação e o pai acaba vendo na filha Madalena a figura da esposa, terminando por abusar sexualmente da mesma.
Nasce aí um conflito entre eles. O irmão Sabiá tem conhecimento das atitudes do pai, mas ao mesmo tempo em que tenta salvar a irmã, acaba também se perturbando, pois sofre a violência do mesmo.
Em “O Diário de Madalena” a poesia é o fio condutor do espetáculo onde a dramaturgia ao mesmo tempo permeia entre o poético e o brutal, com os personagens caminhando entre o real e o imaginário, despertando a sensibilidade em cada um e propondo uma reflexão maior para uma realidade mundial, a violência sexual causada à mulher e principalmente à criança.
No meio do pantanal de Mato Grosso do Sul na região de Inhecolândia está uma casa simples isolada do mundo onde apenas o cantar dos pássaros quebra a monotonia do lugar.
“Dois adolescentes em desespero. Um pai autoritário e violento. Um rádio, única forma possível para se ouvir outra voz humana que não a deles…Um livro chamado de “Diário” onde Madalena mergulha sua solidão e explora suas angustias…As palavras soltas voando pelos cantos da casa a procura de um abrigo para se tornarem vivas. A poesia dos pássaros, das arvores, das águas, do vento, do poeta Manoel de Barros e Augusto dos Anjos…
Ficha técnica:
Texto, direção, desenho de luz, figurino, cenografia e sonoplastia: Espedito Di Montebranco
Elenco: Bruno Moser, Espedito Di Montebranco e Jurema de Castro
Operação de iluminação: Stepheen Baylon
Operação de sonoplastia: Claudeir Dilly.
Fotografia: Helton Perez (Vaca Azul).
Rubens Corrêa, um grande Artaud de Aqui
9, 10 e 11 de agosto às 20h
SINOPSE
A peça mostra um pouco da vida e obra deste grande ator nacional e sua paixão pela obra do poeta e escritor Antonin Artaud, buscando colocar em cena as lembranças dele em Aquidauana, o internato no RJ, a paixão pelo teatro, por interpretar loucos, velhos e tarados.
A dramaturgia é organizada com trechos de obras de Artaud, roteirizado e encenado pela lendária dupla de sócios do Teatro Ipanema do Rio de Janeiro, o ator Rubens Corrêa e o diretor Ivan de Albuquerque no final dos anos 1980 e conta ainda com colagens de textos de William Sheakespeare, da obra Hamlet e ainda textos do ator, dramaturgo e diretor Espedito Di Montebranco.
A peça mostra um pouco da vida e obra deste grande ator nacional e ao mesmo tempo sua paixão pela obra do poeta e escritor Francês Antonin Artaud, buscando colocar em cena as lembranças de Rubens Corrêa em Aquidauana, o internato no Rio de janeiro, a paixão pelo teatro, a descoberta de sua paixão por interpretar loucos, velhos e tarados e a paixão pela obra de Antonin Artaud, quando o ator passa a interpretar trechos adaptados da obra em um dos hospitais psiquiátricos onde ele esteve internado no fim de sua vida, falando sobre o teatro, sobre sua forma de ver o mundo, a psiquiatria e sobre Van Gogh, a loucura e a liberdade.
“A morte é para mim um fenômeno compreensível, totalmente aguardada, minha relação com ela é tranquila”, citou Rubens Corrêa, em uma entrevista ao Jornal do Brasil dois meses antes de morrer em 1996 vítima da Aids. Essa relação conturbada na infância, quando se sentia perseguido por todos os fantasmas e que piorou mais ainda quando aos sete anos perdeu o pai e o mesmo virou um fantasma maior que Rubens via no portão de casa tentando entrar à força é um dos argumentos utilizados na peça.
Rubens Corrêa nasceu em 1931 na cidade de Aquidauana e tornou-se ator e diretor de relevância no cenário nacional. Sua interpretação trouxe elementos peculiares aos princípios enunciados por Antonin Artaud, privilegiando personagens de alta densidade dramática, fora das convenções realistas ou das comédias ligeiras, atuando em 28 espetáculos teatrais, dirigindo 20 peças, fez 15 novelas e 10 filmes.
Ficha técnica:
Texto, direção, dramaturgia, desenho de luz, cenografia e sonoplastia: Espedito Di Montebranco
Elenco: Espedito Di Montebranco
Operação de iluminação: Stepheen Baylon
Operação de sonoplastia: Claudeir Dilly.
Projeção: Bruno Moser
Contra regra: Jurema de Castro
Fotografia: Helton Perez (Vaca Azul).