A Arte na ponta do lápis

Diorginies José Silva, mais conhecido por “Diorgi Tigre” – Foto: Arquivo Pessoal

Costumo dizer que a música é o canal que a alma utiliza para manifestar seus mais variados sentimentos: dor, alegria, tristeza, saudade, felicidade, melancolia, amores… São tantos… Só sei que chega a dar uma sensação não sei de quê, é meio esquisito esse poder que a música possui de nos transportar para mundo vividos e não vividos, numa mistura de sentimentos que sempre fazem bem. E assim como a música existem outras artes que emitem música do papel, sem som: é a caricatura. Assim Diorginies José Silva, conhecido popularmente por “Diorgi Tigre” é sem sombra de dúvidas um dos maiores artistas deste segmento em nosso estado. E Ilda Manoel, sua mãe deve se orgulhar muito do artista e caricaturista, que apesar de ter nascido na cidade vizinha de Presidente Epitácio (SP), viveu toda sua infância e adolescência em Bataguassu/MS. Hoje segue sua estrada e atualmente mora em Campo Grande onde trabalha com caricaturas.

Ele entre uma caricatura e outra, no evento “Levanta Campo Grande” quem vem com todo o ânimo da equipe da Fundação de Cultura que esqueceu os impropérios e arregaçou as mangas, com a sensibilidade de Laura Miranda e a experiência de Evânio Vargas; contou –me que sempre teve uma sensibilidade para detalhes. Era uma criança que tinha uma imaginação criativa abundante. Mesmo sem ter televisão em casa, imitava os heróis da TV da época dos anos 90 como: Jiraya, Power Rangers, Chapolin, Jaspion e Kamen Rider. Assisti quando possível na casa de algum parente ou vizinho. Dali nasceu a aptidão e o desejo por desenhos animados. Nisso minha mãe a avó já falecida dona Damília, compravam gibis da turma da Mônica, Homem-Aranha, principalmente Zé Carioca. Podemos assim dizer, que a habilidade, o desejo e os primeiros rascunhos, nasceram na necessidade de uma criança, na dificuldade financeira, e limitações da época. Minha mãe fez o que pode, posso assegurar – assevera.

Mas sem TV, ele logo foi atrás de alimentar a imaginação, e a paixão por desenhos animados. Conversando mais um pouco ele continuava – tive de desenvolver outra habilidade:  a comunicação, com “Habilidades sociais”, pois seria necessário persuadir algum coleguinha para assistirmos os desenhos, e assim eu conseguia sobreviver e regar meu sonho que ainda brotava. Aos 18 anos eu fiz a minha primeira apresentação em Bataguassu, na Avenida Aquidauana frente ao mercado Ulian. Casei aos 20 anos, e com a vida de família, filhos e emprego formal estacionei meus sonhos momentaneamente.

Mas ser pai me deu a chance de perceber e estudar psicologicamente as crianças, eu me ausentei, mas foi o período que li muito, espiritualizei, estudei e me aprofundei e 2010 criei uma nova habilidade: o quadrinista, o contador de história, o cartunista, o chargista, desenhista publicitário e fanzineiro. Vendo tudo isso, resolvi fazer uma apresentação aonde o cliente senta e para relaxar pra ser desenhado eu falo e vou interagindo com ele, como se fosse um humorístico talk show. Mas eu admiro demais Disney e Steve Jobs, e Renato Russo pelas frases ” Quem acredita sempre alcança”, e “Quando o sol bater na janela do teu quarto, lembra e vê que o caminho é um só” pois eu nasci pra ser artista, eu nasci pra amar e levar a semente do amor através dessa arte engraçada chamada caricatura – finaliza. Depois desta história emocionante só podemos dizer: que a força do tigre te leve ainda mais longe, e que Deus o acompanhe, pois, o Brasil precisa de vida, o Brasil precisa de Arte!

*Articulista

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