A comunicação é um dos quatro pilares da sustentabilidade, aliada aos fatores ambiental, social e econômico. A afirmação é do gerente executivo do Instituto Fórum do Futuro, Fernando de Barros, palestrante do Simpósio de Jornalismo Agropecuário Agricultura do Brasil Central, evento realizado durante a Bienal dos Negócios do Brasil Central, no dia 31 de agosto, a partir das 9 horas, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande.
O tema do simpósio é a realidade de inovação e sustentabilidade no campo como resposta às demandas do setor. Segundo o especialista, pioneiro do jornalismo ambiental no Brasil e ex-correspondente internacional, a tendência da população e da imprensa é de ver a sustentabilidade apenas pelo seu viés ambiental. “Tanto os que atuam no setor produtivo como os próprios jornalistas precisam de instrumentos para poder traduzir aos leitores a complexidade da nova realidade, não caindo assim na superficialidade, correndo o risco de entrar no campo ideológico”, destaca.
Barros considera que o diálogo com os jornalistas que trabalham ou desejam trabalhar com o jornalismo rural é fundamental diante do atual cenário da comunicação, com a ascensão das redes sociais e com o avanço da internet. “O debate é importante porque o jornalismo vive hoje um momento crítico, onde temos muita informação, muita acessibilidade e ao mesmo tempo muita superficialidade. O comunicador acredita que apesar das mudanças, a comunicação ainda é tratada como no século XX, como um canal de informação da narrativa do poder.
“Eu percebo que as informações são veiculadas no sentido da percepção e sem a menor informação. Isso é grave”, analisa Barros. Sobre a inovação no campo, o especialista analisa o comportamento da comunicação diante do tema. “A agricultura é sempre percebida pelo lado ideológico e isso causa um bloqueio. Poucos sabem que hoje temos mais tecnologia em um grão de soja, do que em um parque industrial têxtil inteiro”, exemplifica Barros.
O segundo condutor do simpósio é o secretário de Governo e Gestão Estratégica e vice-presidente diretor da CNA – Confederação Nacional da Agricultura Eduardo Riedel é biólogo, bacharel em genética e mestre em Zootecnia pela Unesp – Universidade Estadual Paulista. Riedel presidiu a Famasul nas duas últimas gestões, cargo que deixou em janeiro de 2015, quando assumiu a secretaria. Já foi presidente do Sindicato Rural de Macaraju, do Movimento MS Competitivo e também esteve a frente do Conselho Deliberativo do Sebrae/MS – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de MS.
Para Riedel, trabalhar temas como sustentabilidade e inovação no meio rural é fundamental para que os jornalistas consigam passar esse cenário moderno e atual do trabalho realizado no campo. ” O meio rural brasileiro muitas vezes é estigmatizado, principalmente quando os resultados que vêm do campo são frutos de investimento e aplicação de modernas tecnologias. A comunicação tem um papel fundamental nesse processo e se estamos acertando no sentido de propagar as novas tecnologias da porteira pra dentro, talvez tenhamos que repensar como podemos ser mais eficientes no uso da comunicação da porteira pra fora, de modo a mostrar a real dimensão do setor rural e a amplitude dos reflexos causados na economia local para toda a sociedade”, analisa o palestrante.
O Simpósio é um dos eventos paralelos da Bienal da Agricultura, que será realizada nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, e tem como objetivo principal reunir jornalistas e colocar em pauta assuntos de interesse comum como inovações no campo, produção e produtividade, sustentabilidade, entre outros.
Sobre a Bienal – A Bienal dos Negócios da Agricultura Brasil Central é vitrine do agronegócio da região Centro-Oeste. Traz para discussão os temas mais emergentes do setor e já está na agenda dos principais eventos agro do País. A vitrine do agronegócio vai mostrar as potencialidades do setor no Centro-oeste, considerado o eixo do agronegócio. É realizada a cada dois anos, rotativamente nas capitais dos Estados do Centro-oeste. A primeira ocorreu em Goiânia, a segunda em Cuiabá e agora é a vez da capital sul-mato-grossense. A Bienal é organizada pelas federações de agricultura e pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Mato Grosso (Famato), Goiás (Faeg) e Distrito Federal (Fape-DF). O tema desta edição é “Conectando o campo e a cidade”.
É realizado pelas federações de agricultura e pecuária dos estados de MS (Famasul), de MT (Famato), de GO (Goiás) e do Distrito Federal (Fape-DF), de forma rotativa. A edição 2015 será realizada em Campo Grande (MS) e tem patrocínio do Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Monsanto, Bayer, Dow, Basf e OCB Centro-Oeste – Organização das Cooperativas do Brasil.
O evento conta com o apoio do Governo do Estado de MS, da Aprosoja/MS, da Fundems – Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja, da Fundect – Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul, do Sicredi e do Banco do Brasil e é realizado em parceria com o SBA – Sistema Brasileiro do Agronegócio, com a TV Morena e com a Revista Granja. Para mais informações, acesse www.bienaldaagricultura.com.br ou baixe o aplicativo da Bienal da Agricultura disponível no App Store e Play Store.