A Igreja celebra no primeiro domingo após a Páscoa: a Festa da Misericórdia. Foi o próprio Jesus quem a quis e até escolheu a data. A Festa da Misericórdia é um momento sublime em que Jesus dá à humanidade o maior conhecimento da imensidão de Sua Misericórdia e, com isso, os pecadores podem louvar e glorificar a misericórdia de Jesus.
Santa Faustina, mística polonesa, recebeu a revelação de Jesus Misericordioso entre 1931 e 1938. Nas diversas aparições e revelações, Ele pedia à religiosa que pintasse uma imagem e que divulgasse para o mundo a devoção à Divina Misericórdia. Entre as cinco formas de exercitar o culto à Misericórdia, o quadro foi o primeiro. Jesus disse a Santa Faustina: “Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós. Desejo que esta Imagem seja venerada, primeiramente, na vossa capela e, depois, no mundo inteiro” (Diário de Santa Faustina 47).
Além da veneração do quadro, outro pedido de Jesus a Santa Faustina foi a Festa da Misericórdia: “Minha filha – olha para o abismo da Minha misericórdia e dá a esta misericórdia louvor e glória. Faze-o da seguinte maneira: reúne todos os pecadores do mundo inteiro e mergulha-os no abismo da Minha misericórdia. Minha filha, quero entregar-Me às almas, desejo almas. Na Minha Festa – na Festa da Misericórdia – percorrerás o mundo inteiro e trarás as almas que desfalecem para a fonte da Minha misericórdia. Eu as curarei e fortalecerei” (Diário de Santa Faustina 206).
O dia escolhido por Jesus foi o primeiro domingo depois da Páscoa, pois na Páscoa celebramos solenemente a vitória de Jesus sobre o pecado e a morte. O auge do seu amor, levou-o a se entregar livremente nas mãos dos homens e a viver o Mistério Pascal. Dentro da “organização” da Festa, Jesus pediu para que abençoasse solenemente o quadro que contém Sua estampa e que no dia da Festa falasse ao “mundo inteiro desta Minha grande misericórdia, que aquele que nesse dia se aproximar da Fonte da Vida alcançará o perdão total das culpas e das penas” (Diário de Santa Faustina 299-300).
Interessante que o saudoso papa São João Paulo II, quando era cardeal de Cracóvia, na Polônia, pediu para que se fizesse a abertura do processo sobre a devoção e as visões de Santa Faustina, porque em 1959 a devoção à Divina Misericórdia tinha sido proibida na Polônia, por conta de alguns erros de interpretação e, com isso, o Diário de Santa Faustina era colocado como os escritos proibidos da época.
Foi no Jubileu do ano 2000 que o, naquela época, papa João Paulo II, solenemente proclamou que o primeiro domingo após a Páscoa “de agora em diante na Igreja inteira tomará o nome de Domingo da Divina Misericórdia”. Assim, essa foi inserida no calendário litúrgico de toda Igreja.
Para enriquecer a Festa da Misericórdia, o papa São João Paulo II, em 2002, pediu que fosse concedida indulgência plenária para todos que cumprissem as seguintes condições: realizar a confissão sacramental, comungar no dia da Festa e rezar pelas intenções do Santo Padre as orações do Pai Nosso, Ave Maria e Credo.
Na Canção Nova, desde 2002, acontece a Festa da Misericórdia, e notamos o número crescente de pessoas que atendem ao convite de Jesus e vêm para esta Festa. No início, era somente no domingo que se realizava o evento. Atualmente a Festa da Misericórdia se tornou um acampamento, que terá como tema em 2019: “Enquanto é tempo recorram à fonte da Misericórdia” (Diário de Santa Faustina 848).
Estamos no tempo da Misericórdia, e isto indica que um dia chegará o tempo da justiça de Deus. Portanto, se não aproveitarmos este tempo de misericórdia, corremos grande risco de nos perdermos eternamente. Recorramos, com confiança, à fonte da Misericórdia. Eis o tempo propício!
*Padre Uélisson Pereira é missionário da Comunidade Canção Nova.