Nos últimos 30 anos, a economia brasileira passou por período bastante conturbado, tivemos controle e congelamento de preços; confisco de poupança; as maiores taxas de juros do mundo por décadas; manipulação do câmbio, alternando períodos de forte valorização com maxidesvalorizações abruptas; elevação da carga tributária; hiperinflação; descontrole dos gastos públicos; aumento da burocracia, que faz as empresas brasileiras gastarem 5 a 6 vezes mais tempo para cumprir as normas; infraestrutura cara e ineficiente. Em outras palavras, esse foi um período de forte crescimento do chamado Custo Brasil.
“A indústria brasileira sobreviveu, apesar dos governos”, diz o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Hoje ainda é responsável pela geração de quase 10 milhões de empregos diretos, pagando os melhores salários do país. A indústria responde pela arrecadação de 32% dos impostos, por quase 70% das exportações brasileiras e por 68% dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento feitos pelo setor privado.
Não existe exemplo de país com as dimensões territoriais e populacionais do Brasil que tenha se desenvolvido sem um setor industrial forte e dinâmico.
O Brasil ainda se encontra dividido, como consequência de um processo eleitoral polarizado, com crises a serem enfrentadas. Apontar culpados pela situação a que chegamos em nada ajuda a resolver os problemas, especialmente quando se aponta o lado errado.
Mais do que discutir a existência ou não de um ministério para a indústria, é de extrema importância a qualidade das políticas que o futuro governo deve implementar. O papel esperado pela sociedade é o de garantir um ambiente de negócios isonômicos ao internacional (juros no padrão internacional, tributação menor e menos complexa, câmbio adequado, infraestrutura eficiente e barata etc) e propício ao investimento e à inovação que, afinal, são as molas propulsoras da prosperidade e do bem-estar social que o Brasil tanto quer e merece.