Acervo do Centro de Memória Bunge destaca conquistas das mulheres no mercado de trabalho no Brasil

Os desafios para ingressar e se manter no mercado de trabalho sempre foram maiores para as mulheres e, infelizmente, essa realidade não é comum somente no Brasil. Um levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ligada a Organização das Nações Unidas (ONU), aponta que a taxa global de participação das mulheres na força de trabalho foi de 48,5% em 2018, ou seja, 26,5 pontos percentuais abaixo da taxa dos homens.

Menos propensas a participarem do mercado de trabalho e com mais chances de estarem desempregadas, as mulheres precisam, diariamente, lutar contra um sistema social patriarcal e machista. Mas, embora os índices ainda não sejam tão animadores, a figura feminina tem ganhado cada vez mais espaço no mercado de trabalho brasileiro.

No Dia Internacional da Mulher, celebrado dia 8 de março, o Centro de Memória Bunge (CMB), um dos mais ricos acervos empresariais do Brasil, que preserva mais de 1,5 milhão de itens que recontam parte da história da industrialização do país, destaca fotos de álbuns das primeiras empresas e organizações brasileiras que incluíram as mulheres na equipe de funcionários, no início do século XX.

Com a Revolução Industrial da Europa, nos séculos XVIII e XIX, o trabalho assalariado e o uso das máquinas substituíram o trabalho artesanal. Essa mudança de costumes chegou ao Brasil e as fábricas também começaram a contratar mão de obra feminina, que até então, tinha educação baseada exclusivamente no cuidado do lar. A foto abaixo é de um grupo de operárias da Fábrica de Fiação e Tecidos de Algodão José Weissohn & Cia, de 1903, na cidade de Salto, no interior paulista.

Foto: Acervo do Centro de Memória Bunge

No início, a mão de obra feminina foi absorvida na produção de tecidos, que foi impulsionada pela produção de café, trigo e algodão, que precisava ser ensacada. Depois, os empresários e investidores viram no setor de tecelagem uma oportunidade para alavancar os negócios, dando início na produção de roupas de cama, vestuário e uniformes para os trabalhadores. Na foto a seguir, um grupo de costureiras do Moinho Santos, em 1931, em Santos, litoral paulista.

Foto: Acervo do Centro de Memória Bunge

Com o tempo, a atuação das mulheres no mercado de trabalho sofreu mudanças significativas e, gradativamente, elas foram assumindo postos na indústria que eram exclusivos dos homens. Nas imagens abaixo, à direita, a linha de produção do setor de lanifício, fábrica onde eram produzidos fios ou tecidos de lã na capital paulista, na década de 1960. Já à esquerda, a vista interna do escritório da Sanbra, Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro, em São Paulo, em 1965, com mulheres trabalhando no computador da IBM26.

Foto: Acervo do Centro de Memória Bunge

Sobre o Centro de Memória Bunge

O Centro de Memória Bunge foi criado em 1994 e desde então é um dos projetos da Fundação Bunge. Referência na área de preservação da memória empresarial, o local tem como objetivo a guarda e preservação de documentação histórica, a disseminação do conhecimento e a utilização de seu acervo como um instrumento estratégico de gestão.

Para facilitar o acesso ao público e compartilhar com a sociedade o aprendizado construído, o CMB disponibiliza seu acervo online (www.fundacaobunge.org.br/acervocmb/) e conta com atividades gratuitas como Atendimento a Pesquisas, Exposições Temáticas, Visitas Técnicas e Benchmarking. Além disso, promove as Jornadas Culturais, série de palestras e oficinas gratuitas com objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância da preservação de acervos históricos e patrimoniais.

Sobre a Fundação Bunge

A Fundação Bunge, entidade social da Bunge Brasil, há mais de 60 anos atua em diferentes frentes com o compromisso de valorizar pessoas e somar talentos para construir novos caminhos. Suas ações estabelecem uma relação entre passado, presente e futuro e são colocadas em práticas por meio da preservação da memória empresarial (Centro de Memória Bunge), do incentivo à leitura (Semear Leitores), do voluntariado corporativo (Comunidade Educativa), do desenvolvimento territorial sustentável (Comunidade Integrada) e do incentivo às ciências, letras e artes (Prêmio Fundação Bunge).

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