Alimentação pesou na inflação de abril em Campo Grande (MS)

Índice do grupo ficou em 1,12%, segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais da Uniderp.

Consumidores sentiram o aumento de preço durante as compras nos supermercados de Campo Grande (MS) – Foto: Álvaro Barbosa/Arquivo

Em abril, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) fechou em 0,31%, 0,01% menor que o mês de março. No comparativo entre a série histórica dos meses de abril, é a menor taxa desde 2013 (0,30%), segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp.

Novamente, o preço da Alimentação foi o principal responsável pelo resultado. De acordo com o coordenador do Núcleo, Celso Correia de Souza, o grupo teve a maior taxa entre os demais grupos pesquisados, ou seja, índice 1,12% e contribuição de 0,23%. “Os produtos: batata, tomate, laranja e ovo, fizeram com que o índice do grupo Alimentação se elevasse, podendo colocar em risco a meta do Conselho Monetário Nacional (CMN), de que a inflação fique em torno de 4,5%. O clima não tem favorecido a produção desses hortifrútis, mas a carne bovina e o leite pasteurizado, que estiveram muito caros no final do ano passado, agora começam a ceder de preços e, por trás disso, uma cadeia de produtos pode baixar seus preços, ajudando no controle da inflação”, explica. Seguido no ranking de aumentos aparece o grupo Vestuário, com alta de 1,38% e contribuição de 0,21%.

O professor ainda explica que, em compensação às altas, “o grupo Habitação teve uma deflação de -0,59% e colaboração de -0,19%, o que ajudou a segurar a inflação na cidade”.

Acumulado

A inflação acumulada nos últimos doze meses, em Campo Grande, é de 4,44%, índice abaixo do centro da meta estabelecida pelo CMN, que é de 4,5%. Registraram os maiores índices no período Vestuário (13,55%) e Transportes (5,48%).

No acumulado de 2017, ou seja, em quatro meses, a inflação registrada foi de 1,34%, taxa ainda baixa quando comparada com anos anteriores.

Maiores e menores contribuições 

Os dez “vilões” da inflação, em abril, foram:

  • Calça comprida masculina, com inflação de 6% e contribuição de 0,10%;
  • Batata, com inflação de 25,29% e contribuição de 0,07%;
  • Tomate de som, inflação de 41,79% e participação de 0,07%;
  • Laranja pera, com variação de 36,72% e colaboração de 0,06%;
  • Ovos, com acréscimo de 19,55% e contribuição de 0,04%;
  • Blusa, com aumento de 4,32% e participação de 0,04%;
  • Frango congelado, com variação de 5,68% e colaboração de 0,04%;
  • Calça comprida feminina, com acréscimo de 3,12% e contribuição de 0,04%;
  • Gasolina, com reajuste de 0,63% e participação de 0,02%;
  • Bebidas não alcóolicas, com elevação de 1,89% e colaboração de 0,02%.

Já os 10 itens que auxiliaram a reter a inflação no período, com contribuições negativas, foram:

  • Computador, com deflação de -89% e contribuição de -0,13%,
  • Leite pasteurizado, com redução de -2,34% e colaboração de -0,03%;
  • Costela, com diminuição de -4,34% e participação de -0,02%;
  • Carne seca/charque, com decréscimo de -11,01% e contribuição de -0,02%;
  • Óleo de soja, com baixa de -4,48% e colaboração de -0,02%;
  • Refrigerador, com diminuição de -3.19% e participação de -0,02%;
  • Açúcar, com redução de -3,20% e contribuição de -0,02%;
  • Sabonete, com decréscimo de -2,67% e colaboração de -0,01%;
  • Máquina de lavar roupa, com queda -7,17% e participação de -0,01%;
  • Energia elétrica com baixa -0,25% e contribuição de -0,01%.

Segmentos

Em abril, o grupo Habitação apresentou deflação de -0,59%, em relação ao mês de março, com quedas de preços de vários eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Os principais produtos com aumentos de preços nesse grupo foram: lustra móveis (5,85%), limpa vidros (5,34%), inseticida (2,29%), entre outros. Quedas de preços ocorreram com: máquina de lavar roupas (-7,17%), freezer (-6,52%), computador (-5,89%), entre outros.

O grupo Alimentação apresentou forte alta, fechando o mês em 1,12%. As maiores elevações de preços ocorreram com: tomate (41,79%), laranja pera (36,72%), batata (25,29%), entre outros. Reduções de preços ocorreram com: chuchu (-25,19%), melão (-19,80), abacaxi (-17,32%), entre outros.

De acordo com o coordenador do Nepes da Uniderp, esse grupo, que sofre influência de fatores climáticos e da sazonalidade de alimentos como verduras, frutas e legumes, vem surpreendendo, e reverteu a tendência de queda que aconteceu até janeiro de 2017. “Desde o mês de fevereiro, vemos um comportamento de alta que, se continuar, pode atrapalhar os objetivos do governo”, avalia.

Dos 15 cortes de carnes bovina pesquisados pelo Nepes da Uniderp, 11 deles apresentaram quedas de preços e dois ficaram estáveis. São eles: picanha (-5,34%), costela (-4,34%), coxão mole (-3,15%), fígado (-2,99%), patinho (-2.89%), paleta (-1.04%), vísceras de boi (-0.89%), filé mignon (-0,63%), peito (0,59%), músculo (-0,48%) e acém (-0,43%). Cupim e alcatra permaneceram com preços estáveis. Já os que tiveram aumento de valor foram lagarto (2,07%) e contrafilé (0,13%).

Já aos cortes de carne suína, foram registradasapenas quedas de preços entre os cortes pesquisados: pernil (-6,09%), costeleta (-1,12%) e bisteca (-0,99%). O frango congelado teve aumento de 5,68% no preço e os miúdos de frango 0,28%.

Além da alimentação, o grupo Transporte apresentou elevação de 0,39%, motivado por altas nas passagens de ônibus intermunicipal (1,69%), etanol (0,85%), gasolina (0,63%), entre outros. Passagens de ônibus interestadual tiveram baixa de -0,12%.

O grupo Educação teve uma pequena baixa em seu índice: -0,06%, devido a quedas nos preços de produtos de papelaria (-0,52%).

O grupo Despesas Pessoais fechou em 0,02%. Os maiores aumentos diagnosticados foram com protetor solar (3,87%), hidratante (3,16%) e papel higiênico (2,59%). Quedas ocorreram com: creme dental (-3,62%), sabonete (-2,67%), cinema (-1,38%), entre outros.

O grupo Saúde também registrou alta, 0,09%, devido ao aumento de valor em itens como: material para curativo (3,22%), analgésico e antitérmico (0,10%) e antidiabético (0,02%).

Completando o estudo, o Vestuário encerrou o mês de abril com 1,38%. Entre os principais aumentos, destaque para calça comprida masculina (6%), camiseta masculina (5,02%) e blusa (4,32%). Quedas de preços ocorreram com: sandália/chinelo masculino (-5,13%), sandália/chinelo feminino (-2,57%), lingerie (-1,97%), entre outros.

IPC/CG

O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O IPC busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A Uniderp divulga mensalmente o IPC/CG.

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