Para refrescar das altas temperaturas de Campo Grande, muita gente não abre mão de um bom tereré gelado. A bebida é uma das muitas heranças dos hermanos paraguaios e é considerada típica em Mato Grosso do Sul. Segundo dados do IBGE, a produção de erva-mate no estado bate 1,5 mil toneladas por ano. São nada menos que 268 hectares de plantio. E a produção interna ainda não consegue atender a demanda local. Isso porque segundo a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) mais de 80% da erva-mate que vai para a industrialização são provenientes de outros estados.
Dentre os estados que mais fornecem o produto está Santa Catarina. A marca Erva Mate Pagliosa revende para Campo Grande e outras cidades do Centro-Oeste há cinco anos. Além da erva para o tereré, a empresa também comercializa erva para chimarrão, outro hábito comum na cidade morena, por conta do grande número de imigrantes do sul brasileiro.
Uma das apostas da marca foi revender em grandes estoques, a partir de atacarejos como o Fort Atacadista. Tanto tempo de mercado se dá graças a investimentos com qualidade para atender o público campo-grandense, que é bem exigente. “Todos os meses fazemos erva nova e realizamos um acompanhamento dos nossos estoques. Depois de três meses, recolhemos a mercadoria sem custo para o varejista e devolvemos para indústria”, explica Leonardo Oliveira Borges, representante da marca em Mato Grosso do Sul.
Algumas marcas locais também têm crescido e ampliado seu leque de opções dentro do setor ervateiro, como é o caso da Erva Mate Santo Antônio, sediada na cidade de Ponta Porã (MS), a 312 km da Capital. O proprietário, Paulo César Benites, explica que, com o lançamento de novos produtos e sabores diferenciados, vem conquistando novos adeptos ao consumo do tereré, incluindo de crianças a adultos.
Benites ressalta que ofertar seu produto em um atacarejo possibilita expandir seu negócio, tendo em vista que outros mercados e até mesmo pequenas mercearias procuram a rede para reabastecer seus estoques, difundindo o nome da marca em vários lugares. “Temos grande variedade de produtos e, dentro do Fort Atacadista, podemos levar aos consumidores e comerciantes uma linha de itens com preços atrativos, mais comodidade e o melhor atendimento possível”, avalia.
Novos sabores inovam hábito tradicional
Consumidora frequente, a professora Mayara Barbosa tem o costume de tomar tereré diariamente. O amarguinho é parceiro da professora para as longas horas de trabalho. Como trabalha também com revisão, ela conta que tomá-lo ajuda a mantê-la desperta e atenta. A razão para isso, segundo a nutricionista Aline D’Arco, é que, por conter cafeína e teobromina em sua composição, a bebida ganha diversas propriedades, dentre elas, a de estimulante. Além disso, tem poder anti-inflamatório, antirreumático, tônico e diurético. Mas, ela alerta: “Ele deve ser consumido com cautela, pois em excesso diminui a concentração de potássio, sódio e magnésio no organismo. A quantidade excessiva de água já promove esse efeito. Por mais que eliminemos pela urina, o excesso de água vai gerar uma dilatação nos vasos que pode ser fatal.”
Outro costume que os consumidores de tereré têm é tomar a erva-mate já associada a outras ervas. Aline afirma que algumas combinações podem ser muito interessantes, como o hortelã e o burrito que, além de agregarem frescor, ajudam a proteger o estômago e têm efeito ansiolítico. “Também recomendo a carqueja por baixar a pressão arterial e adicionar limão à erva ajuda a combater cálculos renais, pois a fruta possui grande quantidade de citrato”, pontua.
O consumo de tereré levou ao aparecimento de ervas com sabores. Eles podem ser dos mais básicos como menta e limão aos mais diferentes como abacaxi, tutti frutti, canela e cereja ice. Não dá para não se espantar também com as ervas com energético, as que prometem ter propriedades detox e também as que dão aquele up no ânimo.
Fonte: Sato Comunicação