Alzheimer: precisamos falar mais sobre este assunto

Apesar de ser um distúrbio irreversível e progressivo, mudanças na rotina podem proporcionar qualidade de vida e diminuir o risco de desenvolver a doença

Cerca de 100 mil novos casos de Alzheimer serão diagnosticados a cada ano, no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. O órgão aponta que em média, 1,2 milhão de brasileiros estão com a doença atualmente e que esses números vão dobrar até 2030.

Com o passar dos anos, a possibilidade de desenvolver algum tipo de demência aumenta visto que a idade é o principal fator de risco para as demências, tendo a demência de Alzheimer o seu principal representante.

Foto: Divulgação

A demência consiste num comprometimento cognitivo, ou seja, a pessoa começa a ter dificuldades para pensar, lembrar, raciocinar o que acabam levando gradativamente a um comprometimento das atividades diárias da pessoa.

Apesar de não conseguirmos mudar a idade e nossa genética, existem algumas atitudes que possibilitam a redução do risco para o desenvolvimento da demência como por exemplo controle da pressão arterial e glicemia, manter o cérebro sempre ativo com atividades diversas, manter um peso saudável, evitar bebidas alcóolicas e cigarro, ter alimentação saudável, fazer exercício físico regularmente e dormir bem, diz a Dra. Mariana de Carvalho, médica geriatra e professora do Curso de Medicina da UNIC Beira Rio.

A demência assusta muita as pessoas, principalmente a família por ser uma doença prevalente em quem tem histórico familiar, sendo a carga genética um fator relevante para o desenvolvimento da condição. Isto quer dizer que a existência de casos na família pode acarretar um risco maior de desenvolvê-la, mas essa não é uma regra.

O diagnóstico não deve ser encarado como uma sentença de morte pelos pacientes e seus familiares e sim como uma nova fase da vida, explica Dra Mariana. A forma como os envolvidos encaram a doença repercutirá muito em como ela será vivida e controlada. Os cuidados mudam muito e precisam ser orientados por uma equipe multidisciplinar especializada pois a pessoa viverá muitos anos com a doença nas suas diferentes fases: inicial, intermediária e avançada.

Entender um pouco mais sobre a doença possibilita também a pessoa fazer escolhas inclusive de como gostaria de ser cuidada quando não mais conseguir expressar a sua vontade. Isto é muito importante pois os profissionais e familiares poderão oferecer os cuidados de acordo com as vontades da pessoa, o que com certeza, farão com que ela passe por todo o processo com mais leveza e sentido sem sofrimentos desnecessários.

Quanto ao diagnóstico, a especialista menciona que é clínico, ou seja, realizado por meio de consulta médica e vem sendo reformulado nos últimos tempos com a chegada de novos exames no mercado. 21 de setembro é o Dia Mundial do Alzheimer, data instituída para chamar a atenção sobre a doença.

Recentemente, a notícia da chegada do exame de sangue que acusa a doença no indivíduo é a novidade na área médica. O novo método de diagnóstico passa a ser realizado em laboratórios particulares do Brasil, a partir desta semana. O exame PrecivityAD2 detecta proteínas que indicam a presença ou ausência de placas amilóides (restos de proteínas agrupadas) no cérebro, custa em torno de R$ 3,6 mil, depende de encaminhamento e não tem cobertura de convênios. O resultado fica pronto em 20 dias aproximadamente.

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