Tudo não passou de uma ilusão
Desculpa se eu feri seu coração
Tudo que restou entre nós dois
Foi só lembrança!
Desejo lá do fundo do meu peito
Que voce seja feliz do mesmo jeito
Tudo que ficou foi só momento
Escute agora eu quero te dizer
Amante…Não deixe de seguir o seu destino
Não quero ser a pedra em seu caminho
Você tem que viver a sua vida
Amante… abrace então de vez, o seu futuro,
Esqueça tudo que viveu comigo
Você deve ser feliz !
(Amante- Ramão Terra)
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Esta é uma das composições de Ramão Terra músico que faço referência na coluna desta semana é sobre a vida e obra de Ramão Terra que é lenda viva da música de Corumbá, que em suas composições consegue ser eterno em cada segundo e profundo mesmo em águas rasas. Ouso afirmar que a música está para o homem assim como o homem está para a vida e a vida de Ramão Terra é a música. A música que nos faz diferente de tudo que é igual e mais linda de tudo que for bela, é ela…a canção. Por isto composições antigas são, no entanto, sempre tão atuais, pois atravessam os anos e retratam os múltiplos sentimentos humanos. Afinal, a música, este conjunto sonoro harmônico e uniforme, se faz presente a cada dia acompanha nossos risos e nossas lágrimas. O gênero regional e as músicas que nos trazem lembranças, porém, ultrapassam as barreiras da palavra. A cada nova execução, o som se envereda por diferentes campos sensitivos. As possibilidades são incessantes. Chegam a evocar reinos incomunicáveis e insondáveis da existência.
E assim ocorreu com o Grupo Musical Terra Branca que é um dos principais grupos folclóricos de Corumbá no Mato Grosso do Sul. Em suas letras retrata o povo e costumes pantaneiros. Lembro do Terra Branca representado por: Hélio Ferreira (voz e guitarra), Ramão Terra (voz e guitarra), Marco Aurélio (voz), Adriane (voz), Badú (voz), Nilsinho (teclado) e Eraldo (teclado). E quem não lembra das domingueiras do Ladário Atlético Clube, do copo de cuba libre na mão, vestindo uma “calça boca de sino”, e nos pés um vistoso sapato cavalo de aço. Tendo como fundo musical o MJ-6.Certamente que inúmeros músicos de Corumbá e Ladário se destacaram em outras localidades, inclusive em Cuiabá e Campo Grande, tendo antes formado conjuntos em nossa cidade, que animavam os clubes sociais como o Riachuelo Futebol Clube, Corumbaense Futebol Clube, Grêmio dos Subtenentes e Sargentos das Forças Armadas e o hoje Grêmio Cultural e Recreativo, Noroeste, Marítimos, e o Ladário Atlético Clube, destes Ramão Terra e o Laércio, hoje estão no Conjunto MJ-6, fundado pelo saudoso Moacyr de Jesus, saindo do seu nome as iniciais do grupo. Mas, certamente, que assim como em 2014 através da Escola de Samba Caprichosos, toda esta história foi parar na avenida. Com o tema. “Caminhando juntos em busca de um novo sonho, caprichosamente MJ-6 é o sonho”, com Letra e Música: João Batista da Silva e Souza (JB) ela dizia “Se pra dançar tenho que andar Caminho Eu!!! (…caminho eu!!!) Sou pescador já tateei o chão!!! (…peguei no chão!!!) A Caprichosos vem trazer lembranças pra vocês!!!Tempos Dourados do meu MJ-6 … e assim, vamos vivendo e cantarolando a nostalgia com os olhos voltados para o futuro num misto de saudade e alegria. Afinal, se poesias fossem palavras, quaisquer pessoas poderia a vida poetizar, mas como poesia é paixão, apenas os apaixonados são capazes de transformar a vida em rimas a expressar, e Ramão Terra é certamente, um destes poetas apaixonados.
*Articulista