No município de Terenos (MS), o produtor rural Leandro Alves Rodrigues começou o cultivo de batata-doce em janeiro deste ano e já possui quase dois hectares da cultura. Participante do programa Hortifruti Legal, do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, ele conta que seguiu as recomendações do técnico de campo e escalona o plantio para que possa realizar colheitas semanais. “Minha média de produção está entre 500 e 700 quilos semanais e consegui este resultado com manejo adequado e mudas de qualidade”, argumenta o agricultor que intercala a produção com culturas de jiló e berinjela.
A iniciativa é uma das vertentes de atuação da metodologia de ATeG – Assistência Técnica e Gerencial do Senar/MS que atende 400 propriedades, em 21 municípios do Estado. Com objetivo de promover a capacitação continuada da equipe e atualizar conhecimentos tecnológicos na produção de hortifrutigranjeiros, 15 técnicos participaram nos dias 30 e 31 de agosto, de uma visita técnica realizada no município de Presidente Prudente (SP), a fim de conhecer novas tecnologias produtivas desenvolvidas com sucesso na APTA – Agência Paulista de Tecnologias do Agronegócio, na unidade Alto Sorocabana.
De acordo com a coordenadora da Unidade Técnica do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Mariana Urt, a viagem faz parte do planejamento de trabalho e possibilita a troca de experiências com outros estados, a exemplo do que aconteceu recentemente com a equipe do Mais Leite, no estado do Paraná. “O trabalho de assistência técnica no Estado completa três anos de atividade e conseguimos resultados muito expressivos e que já são referência para outras localidades. Nosso objetivo é aprimorar o atendimento e contribuir para o desenvolvimento local dos produtores rurais sul-mato-grossenses”, observa.
Tecnologias em destaque – O supervisor regional do Hortifruti Legal, Dorly Scariot Pavei, destaca que entre as inovações verificadas na visita, a metodologia de cultivo da batata-doce foi uma das que mais chamou atenção do grupo. “Entre os produtores assistidos pelo programa já observamos resultados positivos como o caso do Leandro em Terenos. No entanto, a tecnologia utilizada aqui na APTA demonstra que é possível alcançar níveis produtivos ainda melhores. Isso porque, os tratos culturais aplicados são mecanizados desde o preparo do solo até o momento da colheita, sem contar a diversidade de cultivares com alta performance genética”, aponta.
De acordo com levantamento divulgado pela Ceasa/MS – Central de Abastecimento, 80% dos produtos hortifrutigranjeiros consumidos em Mato Grosso do Sul são provenientes de estados como São Paulo, Minas Gerais e Goiás. “Temos demanda de consumo, clima e solo adequados para lavouras, em razão de ser uma tuberosa rústica que tolera alterações climáticas como seca e frio. Com as tecnologias absorvidas na visita teremos oportunidade de oferecer mais alternativas aos produtores do Hortifrúti Legal”, conclui Pavei.