São Paulo (SP) – Após encerrar 2020 com crescimento acumulado de 10,3%, o consumo consolidado de energia iniciou o ano de 2021 com um resultado mais tímido, na casa dos 1,39%. Ainda assim, quando comparado aos números de janeiro passado (1,78%), o resultado geral é considerado dentro da média histórica para o período. É o que aponta o índice Comerc – que avalia o consumo de energia dos principais setores da economia.
Já na análise setorial, é possível destacar setores que apresentaram desempenho positivo. Materiais de Construção é o que mais chama a atenção, liderando o Índice Comerc em janeiro de 2021, com alta superior a 18% em comparação com o janeiro de 2020 – a maior alta já registrada na comparação mês atual/mês do ano anterior desde 2015, quando o Índice Comerc começou a monitorar o desempenho do mercado livre de energia.
“O que surpreende no primeiro Índice do ano não é o aumento tímido do consumo de energia como um todo, que é comum para um mês em que o número de dias úteis acaba sendo reduzido em razão dos feriados e férias coletivas, mas pelo fato de que parte importante do consumo está concentrado em alguns setores em especial, como Materiais de Construção”, explica Marcelo Ávila, Vice-Presidente da Comerc Energia.
É possível notar o mesmo comportamento na retomada expressiva dos setores Têxtil, Couro e Vestuário e Manufaturados, que apresentaram respectivamente crescimento de 13,91% e 13,12 % em janeiro de 2021 contra 6,72% e 6,42% no mesmo período de 2020. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, a produção do têxtil no país em 2021 tende a crescer em volume, deixando a crise da COVID-19 para trás, o que já se reflete no resultado do primeiro mês do ano.
Já no setor Comércio e Varejista o mesmo não é observado, com queda de 10,92% em janeiro deste ano. De acordo com o IBGE, com o recuo de dezembro no segmento Comércio e Varejista – mês de aquecimento para as vendas – impactou sobre os números gerais no mês de janeiro de 2021, se igualando ao patamar de fevereiro de 2020, período pré-pandemia. O setor de Veículos e Autopeças também apresentou queda no consumo de energia, fechando o primeiro mês do ano com – 1,37%. O resultado negativo pode ter sido influenciado, principalmente, pelo baixo desempenho do setor de veículos automotores de São Paulo, de acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM-REG), divulgada recentemente pelo IBGE.
Após as oscilações no consumo de energia observadas ao longo de 2020, a perspectiva para 2021 é otimista. “Detalhando a análise do consumo por ramo de atividade, com rara exceção, é possível perceber que os setores têm se recuperado da retração causada pela pandemia de Covid-19. Os próximos meses devem indicar um otimismo para o cenário brasileiro como um todo e o mercado de energia deve refletir o mesmo”, conclui Ávila.
Metodologia
O Índice Comerc Energia, publicado mensalmente, leva em conta o consumo de mais de 2.300 unidades de sua carteira, pertencentes aproximadamente 1.100 empresas que compram energia elétrica no mercado livre.