Durante a vida é normal ter momentos de alegrias e tristeza, porém quando essas oscilações de humor se tornam mais frequentes a pessoa pode ser bipolar. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o transtorno bipolar atinge 2,2% da população mundial adulta, e só no Brasil estima-se que ele afeta a vida de 6 milhões de pessoas.
Alguns famosos assumiram publicamente terem a bipolaridade entre eles estão os brasileiros Maurício Mattar, ator e cantor, e Cássia Kis, atriz. Os astros internacionais Jean-Claude Van Damme e Demi Lovato também já falaram com a imprensa sobre o assunto. Demi, aliás é uma das artistas que mais se manifestam sobre transtornos mentais.
A psicóloga Maíra Madeira explica que o transtorno bipolar não tem cura e caracteriza-se pela alternância de humor, com momentos de euforia (mania) e outros de depressão, com períodos intercalados de normalidade. “A pessoa apresenta episódios em que fica com o humor exaltado, ou eufórico, constituindo a fase maníaca e também pode apresentar episódios em que fica com o humor rebaixado, muito triste, melancólico, constituindo a fase depressiva. ”
De acordo com Maíra o transtorno bipolar manifesta-se normalmente na adolescência ou no início da vida adulta. Ela ressalta também que existem descrições de inúmeros estudos a respeito de casos que demonstraram a presença do transtorno ainda na infância.
– As causas podem envolver inúmeros fatores como desregulações nos neurotransmissores cerebrais ou neuroendócrina, alterações cerebrais, fatores genéticos onde a incidência do transtorno bipolar é bem maior em parentes de pessoa que tem o transtorno do que na população geral, e é mais alta quanto mais próximo o parentesco e maior ainda em se tratando de gêmeos idênticos; fatores psicossociais com acontecimentos na vida, entre outros.
A família e os amigos, segundo Maíra, têm papel importante na identificação do transtorno. Ela comenta que eles que identificam as causas através da observação da alternância de humor. “Ao notar essas alterações em algum familiar deve-se tentar convencê-lo a aceitar ajuda, estimulando-a buscar tratamento adequado com equipe multidisciplinar (psiquiatra, neurologista e psicólogos), pois a intervenção precoce pode evitar recaídas”.
A psicóloga fala que o tratamento inclui acompanhamento psicológico, tratamento medicamentoso e orientação psicoeducacional. “O acompanhamento psicológico deve minimizar o sofrimento causado pelos sintomas. Isso deve incluir um trabalho de aceitação do diagnóstico, através de informações sobre a doença”.
Maíra revela que a Terapia Cognitivo-comportamental é um dos tratamentos que mostra resultados favoráveis. Segundo, isso é devido ao menor número de recaídas o que contribui para melhor adesão ao tratamento e redução dos sintomas do humor. “O tratamento medicamentoso conta com várias substâncias, dependendo do estado em que o paciente se encontra”.
– Já a orientação psicoeducacional auxilia no esclarecimento sobre sintomas e causas para os pacientes e familiares, além dos riscos e quais atitudes tomar durante a depressão ou a mania, como se preparar para as recorrências, entre outras. Outra questão a ser aprendida é como lidar com uma nova crise, evitando decepção, frustração, desesperança, além de prevenir consequências prejudiciais que são fundamentais na recuperação – esclarece.
Fonte: Drumond Assessoria de Comunicação