Em fevereiro de 2000, ao me dirigir aos educadores da rede de ensino da LBV, declarei: O Buda (563-483 a.C.) afirmava serem as criaturas, bem como todas as coisas neste orbe, constituídas de uma única essência, diferindo-se apenas umas das outras segundo as formas que adquirem, em virtude das influências exercidas sobre elas. Consequentemente, no caso dos seres humanos, seus atos os caracterizam. Por isso, em sua longa jornada, o fundador do Budismo não se cansava de apontar as boas ações como um dos elevados caminhos para a iluminação: “Não façais pouco caso do mal, dizendo: ‘Ele não recairá sobre mim’. A água, embora caindo gota a gota, acaba por encher o vaso; o mal, embora praticado pouco a pouco, acaba por encher a Alma do transgressor”.
E aqui uma máxima a que gosto de recorrer: Mahatma Gandhi (1869-1948), numa frase lapidar, retratou a realidade: “O capital em si não é mau; o uso incorreto dele é que é ruim”.
Exato! Por isso, é preciso compreender a amplitude da lição de Paulo Apóstolo, em sua Primeira Epístola a Timóteo, 6:10, ao considerar que “o dinheiro é a raiz de todos os males”. Realmente, mas, quando dele não fazemos bom emprego. Um marcante exemplo de como aplicar bem as riquezas por Deus em nós depositadas, encontramos na Parábola do Bom Samaritano (Boa Nova de Jesus, consoante Lucas, 10:25 a 37). Exercer a Caridade material e espiritual é o melhor dos fundos de investimento. É o altruísmo iluminado pela generosidade e pela justiça, capaz de promover o progresso geral. Eis um dos temas que desenvolvo em “O Capital de Deus”.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.