A instalação de porto seco em Chapadão do Sul (MS), município que reúne ciência, qualidade e volume em sua produção, com localização estratégica, e linha férrea já instalada e praticamente inoperante, resolverá a lacuna de escoamento da produção agrícola de Mato Grosso do Sul e estados vizinhos. A afirmação do prefeito de Figueirão (MS), Rogério Rosalin, foi direcionada ao senador da República, Ronaldo Caiado, que entregará ao Ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, carta assinada por prefeitos, vereadores e produtores rurais de MS, MT e GO, durante o 1º Circuito de Desenvolvimento da Tríplice Fronteira, neste sábado (12), em Costa Rica (MS).
O porto em Chapadão do Sul, que deverá ter capacidade de armazenamento dos grãos, é uma demanda antiga das autoridades envolvidas e foi destacada na carta, que tem como finalidade diminuir o custo-logístico, democratizar a distribuição do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e também a sua equalização, além de oferecer agilidade no escoamento, estimular a queda na circulação de caminhões nas rodovias e, consequentemente, oferecer mais segurança nas estradas dos estados envolvidos.
Segundo a comissão organizadora do evento a mesma linha férrea, melhor utilizada, poderá beneficiar o transporte da produção agrícola do Sul de Goiás e contribuir para o desafogamento do recentemente inaugurado, porto seco de Rondonópolis (MT), compartilhando o escoamento e a receita gerada. “Há anos solicitamos agilidade nos estudos referente à ferrovia em Chapadão do Sul, com reuniões no Governo Federal e com a concessionária Rumo Logística. Mas unindo forças, podemos ter eficiência na demanda”, destaca o prefeito de Chapadão do Sul, Luiz Felipe Barreto de Magalhães.
O senador Ronaldo Caiado, que durante o evento destacou o descrédito da atual gestão do Governo Federal, afirmou que o agronegócio não está entre as prioridades da presidente da República, Dilma Rousseff. “Não é só a logística que está de lado, vários outros setores são prejudicados por uma gestão ineficiente. O mandato dela resultará apenas na falta de credibilidade do Governo e de quem preza por uma política limpa, com resultados voltados à seriedade com o povo”, pontuou Caiado, ao confirmar que entregará a carta ao Ministro dos Transportes, mas que precisará de um trabalho conjunto para conseguir progresso nas questões logísticas, dependentes do PT.
Para o presidente da câmara de vereadores de Costa Rica (MS), José Augusto Maia, Mato Grosso do Sul deveria seguir exemplo de Mato Grosso, mas nada pode ser feito sem apoio Federal. “Em MT cerca de 80% da produção de grãos é encaminhada ao Porto de Santos, via a concessionária Rumo Logística, e os investimentos financiados pelo BNDES, possibilitam menor custos aos Governos Estaduais e Federal, maior rentabilidade ao produtor rural e dinamiza a economia dos municípios. É isso que queremos aplicar ao MS”, enfatiza.
Atualmente a produção integral de grãos de Mato Grosso do Sul é escoada via rodovia, que muitas vezes dependem da técnica de transbordo nos estados do Paraná e Mato Grosso, para continuar o trajeto via ferrovia até os portos do Sul e Sudeste do país. “Situação que necessita de modificação urgente em prol do setor que emprega 37% dos trabalhadores brasileiros e equilibra a balança comercial do país”, enfatiza Rosalin, ao defender o progresso logístico em prol da agropecuária.