A expansão da demanda por aplicativos e plataformas digitais de delivery, se por um lado trouxe mais clientes aos estabelecimentos, tem trazido também grandes aborrecimentos. Representantes do setor apontam inúmeras irregularidades e descaso por parte das gigantes do delivery. Recentemente, em maio deste ano, o SinHoRes Osasco – Alphaville e Região (Sindicato Empresarial de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares), chegou a realizar em suas redes sociais um movimento chamado “Diga não ao iFood”, aderido também por demais entidades. A campanha inédita expôs os principais problemas verificados pelos restaurantes, consumidores e motoboys junto à empresa. No entanto, mesmo após diversas reuniões, não houve avanço significativo para as principais demandas.
Assim, a FHORESP (Federação Empresarial de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de São Paulo), que representa 24 Sindicatos Patronais, ao lado do SinHoRes Osasco – Alphaville e Região, partiu para outra solução e nasceu o Projeto de Lei nº 428, de 2022, de autoria do Deputado Estadual, Vinicius Camarinha, líder do governo na ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). A proposta de regulamentação do delivery tem o objetivo de criar regras e critérios a serem seguidos por estes apps e demais plataformas digitais, como:
– Obrigatoriedade de exigirem o cadastramento dos estabelecimentos no Centro de Vigilância Sanitária Estadual e serem portadores do AVCB – Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros, devendo disponibilizar meios de consulta destes documentos aos consumidores;
– Respeitar a identidade ou marca dos restaurantes responsáveis pela criação ou elaboração dos produtos;
– Compartilhar informações cadastrais dos clientes;
– Veda a implantação compulsória de ofertas especiais, promoções e combos;
– Fica proibida a atividade de entrega desacompanhada de documentação fiscal;
– Criação de um disque denúncia.
O PL prevê também que a atividade de entrega de refeição terá o mesmo tratamento tributário previsto na legislação estadual para consumo nas dependências dos restaurantes.
“O Projeto está muito bem estruturado, embora não resolva todos os problemas do setor, como a questão dos motoboys; as taxas abusivas de até 30%; a política nas fraudes praticadas por clientes; a falta de transparência no repasse de valores, acompanhada de estranhos descontos; falha dos canais de atendimento, dentre outros. Apesar disso, ele enfrenta e resolve o mais importante, que é o consumidor ter a garantia de que está comprando em um restaurante legalizado, que segue as normas de higiene e manipulação de alimentos, bem como, trabalha com mercadorias de procedência idônea, coisa que, hoje, infelizmente, as plataformas não podem garantir, constituindo uma questão de saúde pública”, afirmou Edson Pinto, Diretor Executivo da FHORESP e presidente do SinHoRes Osasco – Alphaville e Região.