Bicampeonato olímpico de Robert Scheidt completa 16 anos neste sábado (22)

No dia 22 de agosto de 2004, nos Jogos de Atenas, velejador igualava o feito de Adhemar Ferreira da Silva. A primeira medalha de ouro de Robert foi ganha em Atlanta/1996, há 24 anos

Medalha olímpica de Atenas/2004 (crédito: Luiz Doro / adorofoto)

São Paulo (SP) – Há exatos 16 anos, Robert Scheidt igualava o feito de Adhemar Ferreira da Silva, no salto triplo, e se tornava bicampeão olímpico. No dia 22 de agosto de 2004, em Atenas, o velejador brasileiro terminava em sexto lugar na última regata da classe Laser na Grécia e garantia a primeira medalha de ouro do País naquela Olimpíada. Foi também o primeiro ouro para o Brasil desde os Jogos de Atlanta, em 1996, quando Scheidt também foi campeão. A conquista que abriu caminho para mais quatro pódios na maior competição esportiva do planeta completou 24 anos no dia 31 de julho.

As duas medalhas olímpicas são os momentos mais marcantes da minha carreira. Em Atenas, igualar o bicampeonato do Adhemar Ferreira da Silva foi especial. Mas eu não me ligo muito nas datas, mas recordo quantos anos se passaram desde aquelas vitórias. Curiosamente, o dia que marcou e me lembro todo ano é 29 de julho. E com muito carinho. Isso porque é o aniversário do meu pai, Fritz, e foi nesse dia, em 1996, que garanti minha primeira medalha em uma Olimpíada. Depois da penúltima regata, eu havia assegurado, no mínimo, a prata nos Estados Unidos”, afirma o maior medalhista olímpico do Brasil, com cinco pódios, que é patrocinado pelo Banco do Brasil e Rolex e que conta com o apoio do COB e CBVela.

Maior medalhista olímpico do Brasil, Scheidt se prepara para quebrar mais um recorde. Quando largar para a primeira regata da classe Laser nos Jogos de Tóquio, em 2021, iniciará a disputa de sua sétima olimpíada, feito inédito para um atleta brasileiro. Além dos ouros em Atlanta/1996 e Atenas/2004, Robert tem mais um pódio na classe Laser. Foi prata em Sidney/2000. O velejador ainda coleciona mais duas na Star: prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012. Soma ainda 14 títulos mundiais (11 na classe Laser e três na Star) e já conquistou 181 campeonatos, sendo 89 internacionais e 92 nacionais.

Festa pelas ruas de São Paulo após a conquista (crédito: Luiz Doro / adorofoto)

O currículo recheado de vitórias resulta em um merecido reconhecimento. No início de agosto, Scheidt foi eleito o segundo maior atleta brasileiro em 100 anos de história do país na Olimpíada. Ficou atrás apenas de Adhemar Ferreira da Silva, primeiro bicampeão nacional em Helsinque/52 e Melbourne/56. A votação foi feita pelo Globoesporte.com e consultou 100 jornalistas de vários veículos de comunicação. Robert ficou não levou esse título, mas foi o único atleta citado pelos 100 jornalistas participantes. O próprio Adhemar não esteve na lista de todos, entrando na relação de 99 dos entrevistados.

Em outra eleição, feita pelo Esporte Espetacular, programa da TV Globo, Robert foi escolhido como o maior atleta olímpico brasileiro em todos os tempos. Desta vez, ficou à frente de Adhemar Ferreira da Silva, segundo colocado, na votação de grandes nomes do esporte, como Bernardinho, Hortência, Cesar Cielo, Marta, entre outros, e que fez parte de um quadro intitulado Os Maiorais.

É uma honra receber esse reconhecimento da mídia especializada e de grandes nomes do esporte. Estar ao lado do Adhemar, o primeiro bicampeão olímpico do Brasil, é especial. Todos os atletas, com pódios ou não, ajudam a escrever a história do Brasil nesses 100 anos de participação na Olimpíada”, declarou o velejador, que planeja disputar a tradicional Semana de Vela de Kiel, na Alemanha, entre os dias 5 e 13 de setembro, primeira competição após a paralisação em função da pandemia de Covid-19.

Filho de Peixe completa 11 anos – Um dia antes dos 16 anos do bicampeonato olímpico, Robert comemorou o aniversário do filho mais velho, Erik, que completou 11 anos nesta sexta-feira (21). Outro motivo de alegria para a família Scheidt é o bom desempenho do primogênito na vela. Nesta quinta-feira (20), no Lago Di Garda, na Itália, Erik conquistou o terceiro lugar no 38° Lake Garda Meeting 2020 – Juniores. Competindo pelo Circolo Vela Torbole, o clube local, ele conseguiu um 9°, 1° e 2° lugares nas três regatas disputadas.

Scheidt pula na água ao confirmar o ouro em Atenas (2004) (Wander Robert / COB)

Maior atleta olímpico brasileiro

Cinco medalhas:

Ouro: Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na Classe Laser)

Prata: Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)

Bronze: Londres/2012 (Star)

181 títulos – 89 internacionais e 92 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos em 2016. Em novembro de 2017, pela Star, conquistou a Taça Royal Thames e, neste domingo, o Europeu de Star.

Laser

– Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013

*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt

– Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000

Star

– Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*

*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe

– Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012

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