As cores da bandeira LGBTQIA+ estamparam bares e casas noturnas na noite desta sexta-feira, em Campo Grande. No mês do Orgulho LGBTQIA+, o Centro Estadual de Cidadania LGBTQIA+ ligado à Subsecretaria de Políticas Públicas LGBTQIA+ foi às ruas levando conscientização e cidadania.
Acompanhados da artista drag Amanita Amuscaria, a equipe entregou folders falando dos serviços do Centro e das ações da Subsecretaria.
Coordenador do Centro Estadual de Cidadania LGBTQIA+, Jonatan Espindola ressalta que o trabalho não é feito somente no mês do orgulho, mas que a data é a oportunidade de dialogar com a população.
“Procuramos bares e casas noturnas caracterizadas como LGBTQIA+ ou de maior abrangência, para marcar essa data tão importante pra gente, que é uma data de luta, de celebração, mas que também é uma forma de se aproximar da população tanto como instituição, Subsecretaria e o Centro Estadual de Cidadania LGBTQIA+, e falar dos serviços que são ofertados. Para toda a população saber que existe um órgão no Estado de Mato Grosso do Sul que está aqui para acolher, para atender nos casos de denúncia, nos casos de encaminhamento, de retificação de nome, se precisar de carteira de nome social”, pontua Jonatan.
Proprietário do Mr.Hoppy, o primeiro bar que recebeu a ação, Sanderson Jorgensen, defende a conscientização, a divulgação de informações, e inclusive se recorda que no ano passado o estabelecimento foi testemunha de um crime de LGBTfobia.
“Teve uma pessoa que saiu sob voz de prisão por causa de homofobia. Nós conduzimos o caso da melhor forma possível, e essas ações são muito importantes para trazer apoio, força, para essa corrente se tornar o que é. De pouquinho em pouquinho a gente consegue chegar num mundo melhor”, descreve.
Como homem homossexual, Sanderson enfatiza que o respeito deve prevalecer independentemente de cor, orientação sexual ou qualquer outra questão de gênero.
“Espero que todo mundo vá atrás, se informe. Essa ação está acontecendo agora, mas neste folder tem informações a respeito de como conduzir e se você sofrer LGBTfobia, tem todas as orientações. Então, dêem atenção, não deixem passar, porque cada pequena ação é o que faz a gente se fortalecer como um grupo, uma minoria, mas que está sempre lutando”.
Pelos bares, o público elogiou a iniciativa. “A gente está aqui no bar e a galera foi passando e falando da ação e os serviços que têm com a comunidade LGBTQIA+. Acho muito importante, ainda mais nos bares mais alternativos, porque você consegue divulgar bastante a ideia”, observa a auditora Raíssa Cruz, de 27 anos.
Professora, produtora cultural e atriz, Pamella Yule, reconhece de longe as cores da bandeira. “É uma iniciativa incrível, e mostra que o poder público é feito por pessoas LGBT’s, pessoas que estão dentro da causa, e é muito assertivo para que a gente consiga diminuir os casos de violência e preconceito também”.
Mulher trans, de 35 anos, Pamella diz que se vê representada em conteúdos que pregam que ela pode estar onde quiser, mas que também provoquem reflexões.
“Se eu passar deste ano, eu supero a expectativa de vida de uma mulher trans no Brasil. Então, é muito sobre enxergar o meu lugar, o meu posicionamento no lugar onde eu vivo, e o que eu significo e o que eu represento para esse lugar”, diz.
ORGULHO LGBTQIA+
O dia 28 de junho foi adotado mundialmente como o “Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+”, pois, em 1968, os frequentadores do Stonewall Inn., bar gay situado em Nova York, resolveram dar um basta nos anos de violência e perseguição policial contra a população LGBTQIA+.
Durante uma ação truculenta, vários frequentadores do bar se rebelaram. Este levante teve continuidade nos dias que se seguiram.
Mato Grosso do Sul é um estado multicultural, fronteiriço e com povos diversos, e que se destaca no cenário nacional, no que diz respeito à promoção da cidadania e luta por equidade e inclusão da população LGBTQIA+.
É o primeiro e único Estado a ter uma Subsecretaria Estadual de Políticas Públicas para pessoas LGBTQIA+ e o 2º estado com melhores indicadores de políticas públicas LGBTQIA+.
Para o coordenador do Centro Estadual de Cidadania, isso não significa que a batalha contra LGBTfobia está ganha. “Ainda há muito por ser feito. Portanto, quando falamos em orgulho, não se trata de um ato individual, mas, sobretudo olhar para tudo que construímos até agora, para nossa resistência e existência e querer continuar lutando por um mundo em que ninguém mais sofra por amar que a quem se ama e por ser quem se é”, finaliza Jonatan Espíndola.
O Centro Estadual de Cidadania LGBT+, está localizado na Avenida Fernando Corrêa da Costa, nº 559, andar térreo, Centro – Campo Grande/MS.