O Volkswagen Gol até hoje lidera o ranking de usados mais vendidos da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). A larga vantagem em relação ao segundo colocado deixa claro que o modelo é uma opção de compra certa entre os hatchbacks compactos. Embora tenha sido fabricado em variadas versões e gerações, escolhemos o Gol G5 Power 1.6 2010/2011.
Por mais que o hatch tenha estilo defasado em relação aos modelos mais novos, o modelo selecionado ainda conta com argumentos fortes. A começar pelo preço, cotado entre R$ 20 mil e R$ 25 mil, na maioria esmagadora dos anunciados. É um valor interessante para um carro 1.6 com bom pacote de equipamentos e dirigibilidade interessante para o dia a dia.
Custo-benefício e itens de série
Entre os itens, ar-condicionado, direção hidráulica ajustável em altura e profundidade e trio elétrico (com vidros elétricos também atrás) são de série e não é raro encontrar exemplares com som original de fábrica e rodas de liga-leve.
Freios ABS e duplo airbag passaram a vir de série no Gol e Voyage 1.6 somente a partir de 2013, então será necessário pesquisar bem: os itens de segurança vendidos em conjunto não chegaram a equipar mais de um quinto da produção. O lado bom é que não costumam cobrar muito a mais pelos carros com freios antitravamento e bolsas infláveis.
A versão Power tem painel bicolor e padrão de tecido um pouquinho mais requintado, além de toques que desapareceram dos Volkswagen compactos atuais, exemplos dos comandos giratórios do ar-condicionado detalhistas e das maçanetas metálicas. Por mais que não tenha materiais macios ao toque ou seções emborrachadas, o padrão de acabamento é correto.
Espaço interno e porta-malas
Ser de uma geração anterior tem seus problemas. O entre-eixos de apenas 2,46 metros implica em um espaço interno apenas razoável para quatro adultos altos, um quinto ocupante vai se sentir menos à vontade e seguro, pois não há cinto de três pontos ou encosto de cabeça central. Por outro lado, o porta-malas de 292 litros não chega a destoar dos compactos mais novos.
Desempenho e consumo
No dia a dia, o Gol Power ainda é um carro muito agradável. A direção hidráulica é comunicativa e precisa. E nem por isso faz com que o motorista sue nas horas das manobras – o diâmetro de giro é de 10,8 metros. Encontrar a melhor posição de guiar é muito fácil, o ajuste amplo de altura e de distância da coluna de direção economiza tempo e esforço.
Vale lembrar que há três volantes. O original de três raios tem boa pega e tem desenho bem mais bonito que multifuncional equipado com airbag. No entanto, aquele belo volante de Passat CC revestido de couro e repleto de botões (foto) costuma ser associado apenas ao câmbio automatizado i-Motion, lento no modo automático e dado a trancos – recomendamos que você se atenha aos carros equipados com a caixa manual.
Por sua vez, o banco do motorista é ajustável milimetricamente em altura e permite que você guie tanto lá em cima quanto rente ao assoalho. O Gol G5 é de uma safra mais antiga de automóveis e não tem o ponto H (do quadril) artificialmente elevado. Isso combina com a tocada mais esportiva, especialmente na versão Power, cujos rodas aro 15 calçam pneus 195/55.
Quanto ao desempenho, o motor EA111 1.6 8V flex de 104/101 cv e 15,6/15,4 kgfm de torque é utilizado até hoje na gama Volkswagen e não desaponta. A força máxima disponível já a 2.500 rpm ajuda a dar uma tocada ágil no trânsito com a ajuda do preciso câmbio manual de cinco marchas MQ200, por mais que os números frios não sejam tão arrebatadores.
A arrancada de zero a 100 km/h é cumprida em 12 segundos, muito além dos otimistas 9,6 s divulgados pela VW na época. A retomada de 60 a 100 km/h foi despachada em 11,5 s e a frenagem vinda a 80 km/h consumiu 26,7 metros. São resultados razoáveis, tal como o consumo aferido. Foram 7,8 km/l na cidade e 10,2 km/l de etanol na estrada.
Seguro e peças
O seguro costuma ser um ponto que deixa os aspirantes a proprietário do Gol meio preocupados, mas o G5 Power não chega a ser inviável neste quesito. Segundo as seguradoras consultadas, o valor médio da apólice é de R$ 2.395. É o equivalente a cerca de 10% do veículo, ou seja, uma proporção elevada.
Parte dos gastos será compensada pela manutenção acessível. Por mais que seja possível encontrar modelos com menos de 60 mil km rodados, lembre-se que algumas peças de desgaste natural podem exigir troca em pouco tempo. O conjunto de quatro amortecedores sai por R$ 920,98, enquanto o par de pastilhas de freio dianteiras custa R$ 128,66. Tanto os filtros de ar quanto os de óleo e combustível custam entre R$ 15 e R$ 25. No total, o conjunto de peças chega a R$ 3.317, não muito diferente de um up! zero km.
Cesta de peças
Retrovisor direito, farol direito, para-choque dianteiro, lanterna traseira direita, filtro de ar do motor, jogo de quatro amortecedores, pastilhas de freio dianteiras, filtro de óleo do motor e filtro de combustível.
Seguro
As cotações foram feitas pela Limiar Seguros (11-2506-9242) com base no perfil de um homem de 40 anos, casado, morador da Zona Sul de São Paulo, sem bônus.