Um DW! que desperta à reflexão sobre a transformação que leva a um novo desejo e a simbologia do ‘Nó Sem Fim’ em suas amplas interpretações, representando a Alquimia dos processos e a relação deles com a arte do tecer. Baseados na história da marca, a by Kamy convida quatro artistas nacionais e internacionais para interpretar essa evolução, de 08 a 15 de agosto, durante a 6ª edição do Design Weekend (DW!), com a exposição coletiva Alquimia, sob curadoria da arquiteta e designer têxtil Francesca Alzati.
Cada artista em sua área de atuação, vindo de diferentes setores, com visões, experiências e lugares distintos. Pessoas ímpares que perduram a trajetória da empresa e resgatam as tradições dos processos ao toque da contemporaneidade. A partir dessa essência, unidas às diferentes inspirações, nasceram peças únicas nunca antes apresentadas. Novos produtos, artes e design. Mudanças de padrões em obras inéditas, com amplo respeito às próprias origens e valorização das sabedorias das artes e dos próprios artistas, a destreza das técnicas, as matérias-primas que as constituem, para um conteúdo consistente de alto valor que consiga agregar ao longo do tempo maior reconhecimento e prestígio.
Em comemoração aos 30 anos de história e trajetória da marca, a exposição protagonizada por Lin Le Cheng, Patrícia Kattan, Walter Goldfarb e Marcelo Borges, convida os visitantes a percorrerem diferentes prismas sobre a ótica da arte da tecelagem, usando da magia das técnicas e das matérias-primas exploradas por cada artista.
“Pessoas ímpares que perpetuam a história e resgatam à vontade pelo objeto de desejo, colocando a tapeçaria no lugar que ela merece. Alquimia é um convite à reflexão sobre os ‘Nós’ e suas amplas interpretações; as mudanças de padrões; a vontade de transformar o óbvio e o esquecido em beleza pura e em verdadeiros objetos de desejo”, explica Francesca Alzati.
Da nobreza da simplicidade à complexidade de efeitos e traduções artísticas surge a exposição que revela a trajetória de amadurecimento, inovação e sensibilidade da by Kamy há três décadas interpretadas por tapetes e tapeçarias como verdadeiras obras de arte.
Os artistas e suas ‘Alquimias’
Lin Le Cheng: Um dos principais artistas de fibra do mundo, nascido na China em 1954, Lin Le Cheng é Professor e Diretor do Departamento de Artes e Ofícios da Universidade Tsinghua, Pequim, o maior campus universitário do mundo e a mais importante universidade chinesa. Expondo pela primeira vez no Brasil, o artista traz obras que expressam o seu estudo estético e técnico de paisagens observadas a partir de experiências físicas ou mesmo psíquicas.
Por meio de gravuras pintadas à mão, Le Cheng retrata a diferença entre os traços e os respectivos contornos de maneira minuciosa, bem como as diferentes formas de interpretar a paisagem notada. Após conceber as inúmeras intensidades entre as formas e os objetos, o artista transfere o seu estudo e percepção para o têxtil através do emprego de preciosas técnicas, transportando rigorosamente fio a fio a sua obra de arte para tapeçarias únicas e de valor simbólico altíssimo, com o máximo de respeito às tradições e à cultura milenar chinesa.
Patrícia Kattan: Tramas, nós, casulos e texturas fazem parte do universo da artista plástica Patricia Kattan. Vinda da indústria têxtil, ela aplica seus conhecimentos de tecelagem, fios e diversos materiais na criação de peças inusitadas e irreverentes, todas interconectadas pelos mesmos conceitos de inovação, exploração de materiais e contemporaneidade. Uma verdadeira arte viva e mutante que manifesta o desejo do homem de conhecer suas origens.
Instigada pelas tapeçarias antigas, a artista retorna à sua ascendência síria, libanesa e iraniana, com uma ginga brasileira em busca do conhecimento da sua própria identidade. Um conjunto de obras concebidas para representação da Alquimia entre história, cultura e vivências, a partir de um questionamento sobre a posição do tapete no mundo contemporâneo. A introdução dos metais nobres como o ouro, prata e o cobre em suas obras aproxima a cultura oriental à arte têxtil, instigando nosso olhar em relação a eles num processo de valorização e reconhecimento sobre a representatividade e conceitos dos tapetes nos dias de hoje.
Walter Goldfarb: Em tantos anos de produção com materiais próprios confeccionados passo a passo em seu ateliê, o artista polaco-brasileiro Walter Goldfarb criou peças que vão além do conceito de arte, materializando fragmentos, documentos e a identidade de seu trabalho composto por linhas, retalhos e frações de obras que se transformam em novas peças. Para unir pintura e tear, o artista aplica processos complexos de alquimia utilizando lonas tingidas, agulhas, linhas e pedrarias, entre outros materiais.
As obras produzidas para o Design Weekend expõem uma composição visual que envolve tramas, signos, cores, alegorias e subjetividades em mais de 20 obras. O conceito da sua exposição abrange um vasto estudo e aprimoramento de técnicas desenvolvido por mais duas décadas, sendo o foco a apresentação de parte desta sua alquimia, uma verdadeira paixão têxtil que une criatividade e técnicas num denominador comum entre o artista e a by Kamy: a obra de arte no sentido mais abrangente.
Divididas em três núcleos, sua arte brinca com passado e o presente através da mistura de técnicas, interpretando grafismos ambíguos de seu mundo. Repletas de significados, as peças escolhidas interligam histórias e se transformam em reflexões que rompem fronteiras: uma receita de corte e costura hibrida e plural onde impõe sua força física nas lavagens, raspagens e macerações sobre as lonas cruas, paralelas à delicadeza de seus bordados e figuras.
Marcelo Borges: As mesas Uomo e Donna, cujos nomes homenageiam Kamy e Francesca, foram criadas pelo designer Marcelo Borges para o Design Week 2017. Uomo, retangular, e Donna, redonda, são inspiradas no geometrismo dos tapetes e representam a alquimia perfeita entre lavoração manual, design e matéria prima. Dentro de sua pesquisa, o profissional notou que ao longo da história, a mesa não era apenas um valor estético, mas também um símbolo cultural importante. Em torno delas, os homens reuniam-se para compartilhar momentos importantes, decisivos e místicos. Para ornamenta-las utilizavam a transmutação das impurezas de rochas para produzir obras de diferentes formas e cores. Essa manipulação de elementos tornava cada resultado pleno e eterno sobre as mãos dos homens.
Atraído pela possibilidade de resgatar uma prática milenar já esquecida e pouco explorada pelo mundo contemporâneo em sua total plenitude, o projeto surge como uma nova forma de filosofia, propondo- se a trazer a natureza para uma experiência cotidiana.
O artista desenha duas peças cheias de detalhes artesanais, que sublimam a riqueza de matéria-prima e do seu manuseio, explorando materiais clássicos de maneira singular e arrojada, a preciosidade das pedras com a fusão do metal.
Serviço:
Data: 08 a 15 de agosto
Horário: Segunda a sexta, das 10h às 19h; Sábado das 10h às 17h e
Domingo das 10h às 14h
Entrada: Gratuita
Endereço: By Kamy Maison – Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1147, São Paulo – SP
(11) 3081-1266