Calor e Saúde Mental: Como diminuir o desconforto emocional nos dias quentes?

As altas temperaturas e o calor excessivo provocam diversas reações nas pessoas. É literalmente: ame ou odeie. Sentimento que também é comum quando a temperatura cai e a chuva passa a fazer parte da rotina diária.

Mas, seja qual for a estação do ano e a temperatura predominante, o excesso das sensações térmicas, seja ela de frio ou calor intenso, pode impactar negativamente em nosso emocional. E como podemos controlar e diminuir os impactos das altas temperaturas na saúde mental?

Foto: Divulgação

O clima tem influência direta no humor humano. Tanto que, os dias nublados, muito frios e chuvosos, sem a presença de luz, podem intensificar transtornos depressivos, já que a falta de claridade impede a nossa retina de receber raios UVB. Isso provoca uma baixa regulação de alguns neurotransmissores relacionados ao humor e ao sono.

Um deles é a serotonina, hormônio da felicidade, que, ao ter sua produção reduzida, gera sensações como desânimo e tristeza de forma acentuada em nosso organismo. Além disso, pessoas propensas à depressão, podem ter os sintomas da doença agravados e ainda desenvolver outros transtornos emocionais.

Em relação ao calor, o ponto positivo é o estímulo à produção de vitamina D no corpo, responsável por produzir hormônios que combatem a depressão. Porém, como já sabemos que todo excesso pode ser prejudicial, o calor intenso e contínuo, pode provocar, mesmo nos amantes das altas temperaturas, um desequilíbrio emocional que vai alterar hábitos e sensações.

Sendo no humor, um dos impactos mais perceptíveis, pois aumenta a irritabilidade, a fadiga mental e o estresse. O agravamento desses efeitos no corpo pode contribuir para elevar a ansiedade, as crises de pânico e a insônia, piorando a qualidade e desregulando o sono.

Outro aspecto que pode ser afetado pelo calor extremo é a redução da capacidade de socialização das pessoas, uma vez que em dias extremamente quentes a agressividade tende a aumentar e dificultar as interações pessoais, aumentando assim os conflitos.

O impacto psicológico do aquecimento global preocupa e sugere medidas urgentes para amenizar as influências nas emoções e no comportamento humano. Tanto que, não existem dúvidas do quanto as condições climáticas afetam o bem-estar físico e emocional do indivíduo.

Doenças relacionadas ao excesso de calor, como: desidratação, insolação, enxaquecas constantes, problemas cardiovasculares, câimbras, queimaduras solares, insuficiências respiratórias, aumento dos casos de câncer de pele, entre outras, acionam o alerta vermelho da sociedade e exigem um olhar mais cauteloso para o tema.

E como lidar com o excesso de calor e reduzir o desconforto? O principal é manter o corpo sempre hidratado, além de trabalhar a respiração para conseguir regular o emocional e manter o equilíbrio mental.

A alimentação leve e saudável, a regulagem de atividades físicas, de modo a evitar a fadiga e a desaceleração das atividades, bem como a diminuição do estresse e dos excessos, também são de suma importância no fortalecimento do autocuidado necessário no verão.

Portanto, não importa o clima, precisamos entender e reduzir os impactos de tudo o que provoca desequilíbrio emocional e afeta o bem-estar, físico e psíquico. Cuidar da saúde mental e reduzir os excessos, sejam quais forem, é fundamental, em qualquer estação do ano.

O corpo e a mente agradecem quando hábitos saudáveis são introduzidos na rotina, faça chuva ou faça sol.

*Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Topo