São Paulo (SP) – O crescimento da procura por empregadas domésticas tem acarretado em um novo aquecimento do setor. Somente dez cidades do país – das quais nove são capitais brasileiras – contrataram mais profissionais do setor em meio a essa retomada, depois de passada a pior fase da pandemia da Covid-19. Essas cidades representam quase 30% das oportunidades no ramo só de janeiro a novembro deste ano.
Esta participação faz parte de um levantamento inédito organizado pela Famyle – plataforma que conecta as famílias com profissionais do ramo doméstico. São Paulo é a campeã de contratações no período, com 10% de participação em todas as vagas. Em seguida, aparece o Rio de Janeiro, que ficou com 5%. Em terceiro lugar, está Brasília (DF), com 3%.
Esta lista de cidades continua, pela ordem, com Goiânia (GO), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Campo Grande (MS) e Fortaleza (CE). Campinas (SP) é a única que não é capital brasileira e entra neste ranking.
A participação das cidades nessas admissões segue uma tendência já apurada pela Famyle, de aumento do número de famílias em busca de profissionais do serviço doméstico. Nos 11 meses de 2021, essa alta chegou a 28% em relação ao mesmo período do ano passado, com um total de cerca de 26 mil vagas nas regiões pesquisadas.
Em 2020, esse total foi próximo de 20,3 mil. A participação das cidades no volume de contratações faz parte das informações apuradas em uma pesquisa amostral realizada pela empresa, dentro da sua base de dados no período correspondente e no comportamento do mercado registrado pela plataforma. Confira a lista:
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Regiões do país
Em relação às regiões do país, o Sudeste é onde mais se contrata profissionais do segmento. Essa parte do país representou 55% das oportunidades no ramo só de janeiro a novembro deste ano. Somente o estado de São Paulo foi responsável por 35% dessas admissões.
“A região Sudeste representa essa maior participação porque é onde a economia do país gira bastante e reflete em todo o Brasil. Com certeza, isso reflete exatamente em todos os segmentos, inclusive no mercado de empregadas domésticas. A tendência agora é de que essa participação possa aumentar ainda mais com a retomada econômica”, destaca Guilherme Silva, CEO da Famyle.
O reaquecimento no mercado ocorreu como um sinal de recuperação em um ramo que até então seguia uma tendência de crise motivada pela pandemia. O total de domésticas empregadas no país caiu de 6,4 milhões no final de 2019 para 4,9 milhões em 2020. Ou seja, houve uma perda de 1,5 milhão de vagas de um ano para outro, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Nos estados do Sudeste
Ainda de acordo com o levantamento, São Paulo é o que tem a maior participação nessas contratações de domésticas, dentro do Sudeste. O estado representa 63% das vagas geradas nessa região entre janeiro e novembro. “Por ser o mais desenvolvido economicamente, isso tem reflexos diretos nesse mercado também”, avalia o CEO da Famyle.
Depois de São Paulo, o Rio de Janeiro aparece em segundo lugar nessa participação no Sudeste, com 17%. Em seguida, estão Minas Gerais (16%) e, por último, Espírito Santo (3%).
Nas outras regiões
O estudo da plataforma aponta ainda que o Sul é o que tem a segunda maior participação entre as cinco regiões do país no volume de contratações de domésticas feitas nos últimos 11 meses do ano. Sua representação é de 18% nas vagas geradas no período, segundo o levantamento da Famyle.
Ainda neste ranking, aparecem as regiões Nordeste, com 13% de participação, Centro-Oeste (11%) e Norte (3%). Para Silva, os números mostram que o mercado de domésticas manterá uma tendência de aquecimento para o próximo ano, diante da retomada da economia em razão do retorno da normalidade das atividades pós-pandemia.
“A normalização comportamental e abertura de estabelecimentos vão impulsionar o consumo, gerando uma tendência de geração de vagas no setor inédita para 2022”, completa.
Crescimento por regiões
De janeiro a novembro, a região Sul do país foi a que registrou o crescimento mais acentuado das contratações no período. O aumento chegou a 45%, segundo o levantamento da Famyle. Depois, aparecem o Nordeste, com 37%, e o Centro-Oeste (34%).
“Esses dados podem indicar um retorno mais rápido das atividades econômicas nessas regiões em contraponto a região sudeste, onde o estado de São Paulo tem grande peso nos resultados e onde tivemos medidas restritivas mais rigorosas ”, analisa o CEO da Famyle.
A região Norte atingiu a marca de 25% de alta nas contratações. Apesar de ter a maior representação de admissões em 11 meses, o Sudeste teve o aumento menos acentuado, com 21%.