O ano de 2024 não terá praticamente nenhum feriado prolongado, sendo agora, o Carnaval, o momento com maior quantidade de dias para tirar uma folguinha da rotina e viajar. Com isso, o movimento nas estradas promete ser intenso, rumo ao litoral ou interior, mas a direção responsável é fundamental para chegar ao destino e poder desfrutar da ocasião.
No ano passado, a Operação Carnaval, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), atendeu centenas de ocorrências quase sempre associadas ao comportamento irresponsável dos motoristas. Nos 75 mil quilômetros de malha federal, foram registrados 1.085 acidentes, sendo 269 considerados graves. 1.260 pessoas ficaram feridas e 73 morreram.
As mortes decorrentes de acidentes de trânsito estão entre as principais causas de óbitos no Brasil e, quando as vítimas sobrevivem, sequelas trazem impactos severos, em muitos casos. “Em acidentes de trânsito, principalmente em alta velocidade, a vítima geralmente sofre politraumatismo, quando duas ou mais partes do corpo são lesionadas gravemente. Essa situação leva a pessoa a uma condição de esgotamento da capacidade fisiológica de equilíbrio orgânico, o que pode resultar em morte e, quando não, em sequelas que limitarão a pessoa por toda a vida”, ressalta o presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (TRAUMA), Marcelo Tadeu Caiero.
Costume “inofensivo”
Um costume que muitas pessoas têm ao viajar no banco do passageiro e que parece inofensivo é extremamente perigoso em caso de acidente: reclinar o banco e colocar os pés no painel para esticar as pernas.
“Ao apoiar o pé no painel, o quadril fica flexionado e, havendo uma colisão, com forte impacto, o osso da coxa pode se desencaixar da articulação e ocasionar uma lesão muito grave. O nervo ciático transita exatamente nesse local e uma lesão séria pode comprometer os movimentos da perna, muitas vezes de forma definitiva”, salienta. “A pessoa pode sofrer outros danos diversos, como quebrar o quadril, o tornozelo, sofrer traumas no abdômen, no rosto e no pescoço”, completa Caiero.
Responsabilidade
A posição correta dentro do veículo, o uso de cinto de segurança em todos os ocupantes e a utilização de cadeirinhas para crianças de até 10 anos de idade ou que ainda não atingiram 1,45 m de altura são fundamentais para uma viagem segura. “Trafegar no limite de velocidade, não fazer ultrapassagens, não mexer em dispositivos enquanto está dirigindo, como rádio e celular, além de não dirigir se consumiu bebida alcóolica, são outras ações de valores imensuráveis, que preservam vidas”, conclui.