Na semana passada, foram informados à DSG – Direção-Geral de Saúde – em Portugal, dois casos de Hanseníase, também conhecida como lepra nos últimos meses referindo-se a “indivíduos originários do Brasil”.
Os casos ganharam grande repercussão pois a hanseníase é considerada erradicada de Portugal, e relatos da doença costumam vir apenas de outros países.
Além disso, o enorme estigma que se carrega tanto às pessoas afetadas pela doença, quanto pela sua relação com o desenvolvimento econômico do país, estando fortemente relacionada a regiões mais pobres, para reforçar essa posição, segundo levantamento de 2017 da OMS – Organização Mundial da Saúde – o Brasil é o segundo país do mundo em caso de hanseníase, tendo registrado na última década cerca de 30 mil casos anuais.
De acordo com o Pós PhD em neurociências e Biólogo, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, a grande repercussão do caso pode prejudicar a imagem internacional do Brasil pelos grandes preconceitos atrelados à lepra.
“A doença ainda é cercada de muitos estigmas, mas além dos preconceitos com a doença em si, sabe-se que ela é altamente ligada a países com níveis socioeconômicos mais baixos e o fato da doença já ser considerada erradicada de Portugal reforça o caráter negativo dos casos e prejudica a imagem do Brasil” Afirma.
O que é a Lepra (Hanseníase)?
A lepra, também conhecida como hanseníase, é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a doença afeta principalmente a pele, os nervos periféricos, as mucosas do trato respiratório superior e os olhos.
Ela pode causar lesões na pele que são mais claras ou mais escuras do que a pele normal, bem como dormência ou formigamento nos membros, em casos avançados, pode haver deformidades físicas, como perda de dedos e incapacidade de fechar os olhos ou de mover membros.
A doença é transmitida por contato prolongado e próximo com uma pessoa infectada, mas nem todas as pessoas expostas desenvolvem a doença, já que a infecção é influenciada por fatores imunológicos do hospedeiro, a lepra pode ser tratada com antibióticos, e a maioria das pessoas que recebe tratamento completo pode ser curada da doença.
Fonte: MF Press Global