A gravidez precoce é uma questão social relevante no Brasil: há mais de 400 mil casos/ano de gestação na adolescência, faixa entre 10 e 20 anos incompletos, como aponta o Ministério da Saúde.
Disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para reduzir essa incidência é o propósito da Semana Nacional de Prevenção da Adolescência, instituída em 2019, e que vai de 1º a 8 de fevereiro.
A desinformação sobre sexualidade e direitos sexuais e reprodutivos é apontada como o principal motivo para a gestação precoce. Questões emocionais e psicossociais também contribuem, inclusive para a falta de acesso à proteção social, englobando o uso inadequado de contraceptivos.
De acordo com a ONG Plan International, todos os dias, nascem 1.150 bebês de mães adolescentes no Brasil. “E a maternidade na adolescência tem uma série de consequências, com impactos profundos para o futuro das meninas. A prevenção das gestações precoces é uma preocupação fundamental, pois duas a cada três gestações na adolescência são não intencionais”, analisa a ONG.
Para a médica Rafaela Traebert, do Hospital Dona Helena, essa é uma questão de saúde pública mundial. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em âmbito global, a gravidez na adolescência alcança anualmente 16 milhões de meninas entre 15 e 19 anos. Outro dado: a Sociedade Brasileira de Pediatria estima que, no país, uma a cada cinco mulheres será mãe antes de concluir a adolescência.