A Z71 é a mais nova versão da Chevrolet S10. Posicionada entre LT e LTZ, ela foi lançada em outubro por R$ 260 mil. Mas já sofreu reajustes e hoje é oferecida por R$ 274.800. Seu principal atrativo é o visual exclusivo, baseado nas versões Z71 das picapes norte-americanas da marca.
Aliás, origem do nome da sigla vem exatamente de um pacote de opcionais que a Chevrolet oferecia nos modelos décadas atrás nos Estados Unidos. Por aqui, a Z71 deve representar 10% das vendas da picape.
Listamos a partir de agora cinco razões para comprar a S10 Z71 e outros cinco motivos para fugir dela.
Razões para comprar
1 – Visual exclusivo
A S10 Z71 foi o primeiro produto da Chevrolet lançado depois do início da pandemia. Assim, o trabalho de criação da versão foi feito de forma remota – e inclui 20 modificações visuais usando o tema escuro como base.
Dessa forma, faróis e lanternas foram escurecidos, grade, logotipos, rodas e capa dos retrovisores são da cor preta. Ainda há apliques plásticos nas caixas de roda e um santo-antônio tubular e funcional. Na comparação com as versões LT e LTZ, o desenho é cheio de personalidade, e promete diferenciar a picape das demais.
2 – Motor 2.8 turbodiesel
Não há novidades mecânicas relevantes na S10 Z71. E nem eram necessárias alterações. Afinal, o motor 2.8 turbodiesel de quatro cilindros em linha dá conta do recado com sobras. São 200 cv e 51 kgfm, gerenciados por um câmbio automático de seis marchas e tração 4×4.
O desempenho é muito bom, seja na cidade, ou em terrenos mais acidentados. O grande destaque é a caixa automática que oferece trocas suaves e sempre no tempo certo. O consumo de combustível não surpreende, mas também não deixa a desejar, com médias de 8,7 km/l e 11,1 km/l nos ciclos urbano e rodoviário, respectivamente.
3 – Vai um pouco melhor no off-road
Para não dizer que a Chevrolet trabalhou apenas na estética da S10 Z71, a única mudança da versão para as demais está no jogo de pneus. A marca americana escolheu pneumáticos Michelin LTX Force de uso misto. Com os ombros mais largos, há 300 gramas extras de borracha em cada um deles.
Na prática, principalmente no uso urbano, as diferenças são imperceptíveis. Em terrenos com menos aderência, no entanto, os pneus prometem ajudar a tirar a S10 de situações complicadas.
4 – Direção leve
As picapes médias de anos atrás eram pouco recomendadas para o uso urbano. A situação foi mudando, e, hoje, muitas delas são boas companheiras nas grandes cidades. É o caso da S10.
Sua direção elétrica é leve e precisa, facilitando (ou tornando menos difíceis) manobras em baixas velocidades. O diâmetro de giro de 12,7 m é só um pouco pior do que uma Fiat Toro, picape de segmento inferior.
5 – Acerto de suspensão
Esse é outro aspecto em que a Z71 é idêntica às demais versões. Sem mudanças no conjunto de amortecedores e suspensões, a nova versão tem o mesmo comportamento dinâmico das demais, e se destaca por oferecer bom nível de conforto para quem vai na frente.
Os passageiros que viajam no banco traseiro não escapam do pula pula típico de picapes com suspensão traseira por feixe de molas, mas o incômodo não é maior do que em outros modelos similares.
Motivos para fugir
1 – Falta de conectividade
Conhecida por ter incluído internet a bordo e integração sem fio para Android Auto e Apple CarPlay em seus carros, a Chevrolet decidiu deixar de fora esses atrativos na S10 Z71.
Para piorar, a central multimídia tem tela pequena para o tamanho da picape. São apenas 7 polegadas, contra 8 das versões mais completas. Nesse aspecto, até a Fiat Toro, com sua central de 10,1 polegadas se sai melhor.
2 – Equipamentos
Não é só no entretenimento que a S10 Z71 peca. A picape não oferece itens como regulagem de profundidade do volante, acendimento automático dos faróis, ar-condicionado digital ou acesso por chave presencial e partida por botão.
Sistemas de auxílio à condução também não estão disponíveis. O modesto pacote inclui bancos de couro, vidros, travas e retrovisores elétricos, comandos de som no volante e controlador de velocidade.
3 – Acabamento
Plástico rígido é o material mais presente na cabine da S10. E nem os emblemas alusivos à versão Z71 ou as imitações de costura na superfície na tampa do airbag do passageiro conseguem disfarçar o material simples usado na picape.
Ao menos a montagem não apresenta rebarbas ou peças mal encaixadas. Mas a qualidade das texturas poderia ser bem melhor – o que deve mudar na próxima geração da S10.
4 – Idade do projeto
Falando em nova geração, a idade do projeto da S10 atual é outro ponto negativo. Já se vão dez anos desde que a caminhonete foi completamente remodelada. É preciso admitir que, de lá pra cá, a Chevrolet promoveu duas reestilizações e melhorias contínuas nos conjuntos mecânicos e nos equipamentos.
Porém, nesse intervalo, as rivais também se renovaram com novas gerações cheias de tecnologias. A situação da S10 só deve melhorar no ano que vem, com a chegada de um modelo totalmente novo, desenvolvido em conjunto com a versão americana, chamada de Colorado.
5 – Preço
O ponto mais sensível da S10 Z71 é o preço. Seus R$ 274.800 a colocam em um patamar bem mais alto que as concorrentes diretas, Ford Ranger Storm (R$ 246.190) e Nissan Frontier Attack (R$ 263.790). Só é preciso considerar que essa última vai passar por uma reestilização nos próximos meses.
De todo modo, a S10 Z71 está alinhada em preço com versões mais completas de outros modelos.