A China ordenou que suas companhias aéreas não recebem mais entregas de jatos da Boeing e interrompam a compra de equipamentos e peças relacionados a aeronaves de empresas norte-americanas. A informação foi revelada pela Bloomberg News nesta terça-feira (15).

Falta de parafuso após conserto teria levado a incidente da Alaska Airlines | Reprodução
A ordem para suspender as entregas de jatos da Boeing Co. teria sido emitida como resposta à escalada da disputa comercial, que inclui a imposição, pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de tarifas de até 145% sobre produtos chineses.
Fontes com conhecimento do assunto, ouvidas pela Bloomberg sob condição de anonimato, afirmaram que Pequim também solicitou que as companhias aéreas chinesas interrompam qualquer compra de peças e equipamentos relacionados a aeronaves de empresas americanas.
Segundo a publicação, a medida representa um revés significativo para a Boeing em um dos maiores mercados mundiais de venda de aeronaves. A previsão é que a China represente 20% da demanda global por aviões nas próximas duas décadas.
A decisão veio após o anúncio da China, no último fim de semana, de aplicar tarifas retaliatórias de 125% sobre produtos dos EUA. Essas tarifas mais do que dobram o custo de aeronaves e peças fabricadas nos EUA, o que torna inviável para as companhias aéreas chinesas aceitarem novos aviões da Boeing, conforme aponta a matéria.
Ainda segundo as fontes, o governo chinês estuda oferecer assistência financeira às companhias aéreas que operam com jatos da Boeing alugados e que agora enfrentam custos mais altos devido às novas tarifas.
Europa também retalia Trump
A União Europeia também se posicionou nesta semana e divulgou uma lista de produtos americanos que poderão ser alvo de tarifas retaliatórias caso as negociações comerciais com os Estados Unidos não avancem.
A lista, obtida pela CNN Internacional, inclui mais de 400 produtos dos EUA, como papel higiênico, maquiagem para os olhos, charutos, tabaco, além de roupas masculinas e femininas. A maior parte das importações deverá receber tarifas alfandegárias adicionais de 25%.
As medidas da UE estavam previstas para entrar em vigor ainda nesta semana, em retaliação ao aumento das tarifas dos EUA sobre todas as importações de aço e alumínio. No entanto, a aplicação foi adiada por 90 dias, após os Estados Unidos postergarem a implementação das tarifas recíprocas.