Foram necessários dois espaços do ParlaMundi, da LBV, em Brasília, para comportar o grande número de interessados em acompanhar as discussões do painel temático “Ciência, Saúde e Espiritualidade”, do Fórum Mundial Espírito e Ciência, da LBV. O Plenário José de Paiva Netto e o auditório Austregésilo de Athayde foram palcos para o evento realizado na tarde dessa última quarta-feira (12/8).
O assunto, ao longo dos séculos, tem sido uma das principais questões discutidas por cientistas e religiosos. Os benefícios da Fé para a cura ou para suportar doenças, as ferramentas ou os métodos da Espiritualidade, as culturas medicinais do oriente e de origem africana em complemento à medicina ocidental, a superação de traumas, entre outros, foram temas analisados e debatidos por renomados especialistas.
Dr. André Stroppa, psiquiatra, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), mestre e doutorando do Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde (Nupes) — O primeiro ciclo de palestras foi aberto por ele. Com a apresentação de resultados positivos da influência da religiosidade no tratamento de doenças, destacou que a Medicina e a Fé podem caminhar juntas, em benefício do próprio paciente. De acordo com o dr. Stroppa, “nem sempre é possível a cura, mas, muitas vezes, é possível conviver com a doença em melhores condições. Estudos nessa área de saúde mental, por exemplo, apontam melhor evolução e melhor qualidade de vida em pessoas mais espiritualizadas ou com maior envolvimento religioso genuíno”.
Mãe Adna de Araújo, coordenadora da Rede de Saúde Afrodescendente (Renafro) e presidente da Ileaxéoyabagan — Representando as religiões de matriz africana, ela enfatizou o trabalho exercido em promover uma educação para o cuidado com a saúde física e espiritual. A palestrante recomendou a todos que, diante desse desafio, busquem o tratamento médico adequado, mas que também meditem, orem e busquem a força superior na qual acreditam.
Dr. Júlio Peres, psicólogo e doutor em Neurociências e Comportamento pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-Doutorado no Centro de pesquisa sobre Espiritualidade e a Mente, da Universidade da Pensilvânia (EUA) — A palestra que inaugurou o segundo ciclo teve enfoque na Psicoterapia e na superação de traumas. Nas palavras do palestrante, a Espiritualidade “pode fornecer ordem e compreensão de eventos dolorosos, caóticos e imprevisíveis”.
Monge Shôjo Sato, coordenador do Templo Budista Terra Pura de Brasília — As contribuições das tradições orientais para a Medicina ocidental foram apresentadas por ele. Em especial, citou a meditação, que, conforme seus conceitos, não é apenas uma técnica de concentração e persistência. “Ela busca nos despertar a partir do trauma, do sofrimento, [realçando as nossas virtudes]”, explicou.
Dr. Carlos Eduardo Tosta, imunologista e professor-emérito da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) — A palestra tratou de evidências científicas do poder curativo do amor, que, segundo ele, é a essência da Espiritualidade. O especialista apresentou pesquisas e trabalhos publicados em prestigiadas revistas da área científica.
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