Cinco cuidados essenciais para o paciente com Alzheimer

Alzheimer (DA) é uma doença degenerativa do sistema nervoso que acarreta alterações progressivas da memória, do comportamento e da funcionalidade. É considerada uma enfermidade relacionada ao envelhecimento, embora também esteja associada a fatores de risco como hipertensão arterial, diabetes, aumento dos níveis sanguíneos de colesterol, estilo de vida sedentário, obesidade, baixa escolaridade e até mesmo isolamento social e sintomas depressivos.

No mundo, estima-se que 50 milhões de pessoas sofram de demência e, a cada ano, cerca de 10 milhões de novos casos são registrados. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a DA é responsável por 60% a 70% dos casos de demência1. No Brasil, a doença impacta a vida de, aproximadamente, 1,2 milhão de pessoas. E a tendência é de que o cenário seja ainda mais desafiador. Isso porque, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população idosa no país deve triplicar até 2050, acarretando o aumento de casos de Alzheimer. É uma condição associada ao envelhecimento, porém, ainda segundo a OMS, em cerca de 9% dos casos o aparecimento de sintomas ocorre antes dos 65 anos de idade.

Apensar de não ter cura, ao associar o tratamento adequado a cuidados especiais é possível melhorar a qualidade de vida não apenas do paciente, mas também do cuidador. A manutenção das atividades mentais e físicas, associadas a um propósito de vida, são fundamentais2,3.

Para ajudar a lidar com os desafios do paciente, o neurologista e presidente da Associação Brasileira de Alzheimer, Rodrigo Schultz, relaciona cinco cuidados essenciais aos quais familiares e cuidadores precisam estar atentos.

  1. Estímulo para o cérebro

Montar quebra-cabeças, ver um álbum de fotografias ou ler um livro podem ser mais que meros passatempos para um paciente com Alzheimer: são exercícios que estimulam as funções cerebrais e auxiliam a treinar a linguagem, a memória e a fazer pequenas tarefas. As atividades podem ser feitas individualmente (em sessões de terapia, por exemplo) ou em grupo.

  1. Incentivar a atividade física

Devido à redução na mobilidade do paciente de Alzheimer, dificuldades para andar ou manter o equilíbrio programas individualizados de atividade física são benéficos para a funcionalidade de pessoas com DA leve a moderada. Além de prevenir dores e quedas, melhora a disposição e o humor.

  1. Medicação, tratamento adequado e orientação

Como dito acima, a doença de Alzheimer não tem cura. No entanto, se diagnosticada no início, o tratamento adequado retarda o avanço e ameniza os sintomas. O SUS disponibiliza várias terapias, incluindo a medicamentosa, e o médico deve indicar a mais adequada de acordo com cada paciente. Atualmente, já existem opções de tratamento de fácil administração que causam menos efeitos colaterais.

Opções de tratamento disponíveis pelo SUS6:

– Adesivos transdérmicos;

– Cápsulas;

– Comprimidos;

– Cápsulas de liberação prolongada.

É importante consultar o especialista para tirar todas as dúvidas sobre a doença e qual a melhor opção de tratamento para cada caso.

  1. Mantendo o paciente seguro

As confusões mentais e lapsos de memória decorrentes do Alzheimer podem colocar a segurança do paciente em risco. Minimize os contratempos com medidas simples: informe vizinhos e amigos do estado do paciente para que, se necessário, eles o ajudem. Uma pulseira de identificação ou uma etiqueta na carteira podem resolver o problema caso o paciente venha a se perder.

  1. Alimentação para o paciente com Alzheimer

A nutrição adequada a cada paciente deve ser orientada por um especialista. Os idosos podem necessitar de uma maior oferta de proteínas: carnes brancas, como peixe e aves; carnes vermelhas magras; leite desnatado; carboidratos e reguladores, fontes de vitaminas e minerais (vegetais, frutas e legumes).4,5

 

Referências:

1 – http://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/dementia

2 – Alzheimer´s Disease International Demência nas Américas: custo atual e futuro e prevalência

da doença de Alzheimer e outras demências. Relatório ADI/Bupa. 2013;1:3-19.

3 – Whitehouse, P.J.; SAMI, A.S. Quality of life in dementias. In: Duyckaerts C, Litvan I.

Dementias. Ed. Elsevier, Amsterdam, 97-100, 2008.

4 – World Health Organization. 2004 Global strategy on diet, physical activity and health. WHO Library Cataloguing-in-Publication Data.

5 – Nettina SM. Manual of Nursing Practice 8ª edição, cap 9, pp 166-184.Lippincott Williams & Wilkins USA, 2006.

6 – Portaria Conjunta n°13/2017 – Ministério da Saúde: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/dezembro/08/465660-17-10-MINUTA-de-Portaria-Conjunta-PCDT-Alzheimer-27-11-2017—COMPLETA.pdf

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