Circuito Pecuário: Mercado vai depender mais da oferta do que demanda em 2016

Especialista acredita que margem será reduzida devido ao aumento dos custos. – Foto: Divulgação

Especialista acredita que margem será reduzida devido ao aumento dos custos. – Foto: Divulgação

“O mercado pecuário em 2016 vai depender mais da oferta que da demanda”. A afirmação foi feita pelo diretor-presidente da Scot Consultoria, Alcides Torres, durante o Circuito Pecuário – Sistema Famasul, realizado no último sábado (05), em Paranaíba. O evento contou com a participação de mais de 300 pessoas, entre produtores rurais, estudante, trabalhadores e profissionais do setor.

O evento foi promovido pelo Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS e pelo Sindicato Rural de Paranaíba, em parceira com o Senar/MS – Serviço de Aprendizagem Rural, Embrapa Gado de Corte e Novilho Precoce. O tema desta edição foi ‘Criando oportunidades, construindo soluções”.

Segundo o especialista, que ministrou a palestra ‘Perspectivas para o Mercado Pecuário’, os preços devem subir ao longo do ano, mas o aumento nos gastos com a produção deve comprometer a rentabilidade do produtor rural. “Teremos a pressão do custo que deve subir a 12%, enquanto a arroba do boi gordo deve aumentar 7%, então o criador deverá melhorar sua produtividade”. Torres salienta também que as cotações do setor devem permanecer em alta diante de uma ótica histórica, mas a arroba vai ter dificuldade de esperar a inflação, o que significa que as margens devem ficar mais estreitas que em 2015.

Durante o evento, Torres falou sobre a importância do clima na pecuária brasileira. “O clima é um fator indissociável da nossa atividade. No último trimestre de 2015 enquanto que no Rio Grande de Sul o produtor tinha que ‘tocar o gado’ de canoa, porque choveu muito, em outras praças produtoras a seca medonha prejudicou a engorda, a estação de monta e a produção de bezerro”, complementou o especialista para justificar a redução de disponibilidade de bovinos no mercado: “É o clima jogando contra e a favor ao mesmo tempo. A favor dos preços, mas contra a produção”.

De acordo com os dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, apresentados pelo palestrante, em 2014, houve um aumento de retenção de fêmeas. Em 2015, este cenário ficou ainda mais evidente, com 60% dos abates sendo de machos e 40% de fêmeas. “Isso mostra que o pecuarista brasileiro está segurando as vacas no pasto, o que representa mudança de ofertas”.

Após a palestra, os participantes fizeram perguntas sobre diversos pontos da cadeia produtiva ao especialista. De acordo com as informações apuradas pelo Departamento de Economia do Sistema Famasul, o município ocupa a 11ª posição no ranking estadual de rebanho bovino, com um total de aproximadamente 513 mil cabeças.

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